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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Policial é morta com tiro de fuzil após ataque a UPP no RJ

Situação tensa e triste ocorrida na última segunda, no Rio de Janeiro: uma policial militar foi morta após ser atingida por um tiro de fuzil 7,62 que transpassou o colete balístico que utilizava. Fabiana Aparecida de Souza, 30 anos, estava de serviço, em uma Unidade de Polícia Pacificadora:

Um grupo de bandidos atacou a base e o container da UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão, Zona Norte, na noite desta segunda-feira. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionado com pedido de prioridade por policiais da UPP para a Avenida Itararé, que fica nos acessos do Alemão. 
Policiais do 16º BPM (Olaria) também estão no local. Os tiros dos bandidos atingiram a fachada do local e o container próximo à base. Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, que estava ao lado do container, morreu após levar um tiro de fuzil 762. A bala teria atravessado o colete sem transpassá-lo.
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Vários aspectos podem ser refletidos do caso, como a obviedade do exagero nas propagandas governamentais, que tentam passar a impressão de “pacificação” em toda localidade onde há UPP. Na verdade, sabem bem a comunidade local e os policiais que vivem o cotidiano dessas áreas que o contexto não é pacífico como parece, mesmo porque os problemas a se resolver possuem complexidades que devem ser desmontadas com certo esforço cotidiano, de médio e longo prazo.

Outro apontamento necessário se refere à vulnerabilidade a que estão submetidos os policiais, já que neste caso não é possível dizer que a policial “estava envolvida com o crime”, justificativa sempre aceita pela maioria para legitimar a morte de um policial. Em resumo, não é possível negar que a profissão policial é arriscada, tensa e traz àquele que se compromete com seu desempenho perigos inexistentes na maioria das profissões.

Evitar que casos semelhantes ocorram é fundamental para que os colegas da policial vítima não se precipitem em atitudes de ressentimento, gerando “caçadas” vingativas como se os policiais – teoricamente preparados e alinhados aos princípios da legalidade – tivessem os mesmos ímpetos sanguinários dos assassinos da colega. Quanto mais trivial for a morte de um policial, mais os próprios policiais se sentirão pouco dignos de Direitos Humanos. E quanto menos sentirem sua humanidade, menos terão condição de observá-la no outro.

Autor: Danillo Ferreira - Tenente da Polícia Militar da Bahia, associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública e graduando em Filosofia pela UEFS-BA. | Contato: abordagempolicial@gmail.com

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