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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Doideira foi essa de Geraldo Azevedo?

Durante a sabatina no Jornal O GLOBO , o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad , repetiu acusação equivocada feita no sábado pelo músico Geraldo Azevedo , em show em Jacobina, na Bahia. Azevedo disse que foi preso duas vezes na ditadura e que foi torturado. Segundo o artista, o general Hamilton Mourão era um dos torturadores. O cantor reconheceu o erro e pediu desculpas pelo “transtorno causado”.
Azevedo acusou o general Hamilton Mourão, candidato a vice de Jair Bolsonaro, de tê-lo torturado em 1969.
– Olha, é uma coisa indignante, cara. Eu fui preso duas vezes na ditadura, fui torturado. Você não sabe o que é tortura, não. Esse Mourão era um dos torturadores lá – declarou o artista, durante show no interior da Bahia.
No ano de 1969, no entanto, Mourão tinha 16 anos.
— Esse cara bebeu (Azevedo). Observe que, em 1969, eu estava no Colégio Militar, em Porto Alegre, no 1º ano do 2º grau — disse Mourão ao GLOBO.
Consulta à Comissão da Verdade não mostra citação alguma a Mourão, que entrou para o Exército em 1972.
Durante a sabatina, Haddad disse que o adversário Jair Bolsonaro era “figura desimportante no meio militar”, mas representava “o que sobrou dos porões (da ditadura)”. O petista citou Geraldo Azevedo e chamou Mourão de torturador. Mais adiante na entrevista, voltou ao tema e destacou que teme uma gestão presidencial “com um vice torturador”.
— (Bolsonaro) É figura desimportante no meio militar. Mas o Mourão, por exemplo, ele próprio foi torturador. Geraldo Azevedo declarou até em um show que foi pessoalmente torturado pelo Mourão — frisou Haddad.
Em nota, a assessoria de imprensa de Geraldo Azevedo destacou que o cantor “foi uma das vítimas da ditadura militar instaurada em 1964”, sequestrado e torturado em 1969 e 1974. Nesta terça-feira, o cantor reconheceu que o candidato a vice não estava entre os responsáveis pela violência.
“Geraldo Azevedo se desculpa pelo transtorno causado por seu equívoco e reafirma sua opinião de que não há espaço, no Brasil de hoje, para a volta de um regime que tem a tortura como política de Estado e que cerceia as liberdades individuais e de imprensa”, diz a nota.
Na nota, o artista ainda lamentou “a eminência (sic) da eleição de um candidato que idolatra torturador e que diz que ‘o grande erro (da ditadura) foi torturar e não matar’”.
Confrontado com a negativa de Mourão, após a sabatina, Haddad indicou que Geraldo Azevedo fosse ouvido sobre o caso.
— Entrevista o Geraldo Azevedo — respondeu Haddad. *O Globo

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