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terça-feira, 30 de junho de 2020

Com Renato Aragão fora, "globais" já não importam mais para a Globo

Canal não renovou contrato de um de seus mais conhecidos artistas; Mais gente também deve sair em breve
Renato Aragão vai em busca de novos projetos

Renato Aragão vai em busca de novos projetos

João Cotta

Você é um medalhão da Globo? É um Tarcísio Meira? Uma Glória Menezes? Um Tony Ramos? Ou um Cid Moreira? Bem, então, provavelmente, a ficha já deve ter caído e você deve ter percebido que não há mais vacas sagradas no canal. Ninguém mais é sagrado ali dentro. Sim, porque se a Globo mandou embora – não renovou contrato, na verdade – Renato Aragão, é porque absolutamente qualquer um pode rodar ao final de seus contratos.

E não há nada de muito errado com isso, veja bem. A Globo, como empresa, tem o direito de contratar e dispensar quem ela quiser. A questão é que o canal ficou conhecido por ter seus artistas preferidos de maneira exclusiva. Eram conhecidos como os “globais”. Lembra disso? Volta e meia o termo ainda é usado, mas cada vez menos. Os globais eram aqueles superartistas totalmente exclusivos da emissora carioca. Aquela gente intocável colocada num pedestal mais intocável ainda e que tinha contratos quase que vitalícios. E nessa lista entrava gente como o próprio Renato Aragão, por exemplo.
Ainda estão nesse tipo de acordo “pra vida toda” outros famosos como Tarcísio Meira, Glória Menezes, Tony Ramos, Fernanda Montenegro e mais uma meia dúzia. Não se sabe até quando isso vai durar. Eles são símbolos da emissora, marcas históricas como foram também Miguel Falabella, Regina Duarte, Vera Fischer, Maitê Proença etc. Todos esses já sem contratos fixos. E até gente mais nova que tinha a cara da Globo acabou sendo dispensada, como Bruna Marquezine, Malvino Salvador, Bruno Gagliasso, Bianca Bin, entre outros.
Eles podem voltar a trabalhar no canal, mas não mais com um contrato fixo. Apenas ganhando por obra. Tudo isso tem a ver com a reestruturação do canal, que busca trilhar um outro caminho, menos custoso.
De novo, nada de errado nisso, mas moralmente é algo que esses artistas não esperavam. Stênio Garcia, por exemplo, com mais de 80 anos, ficou desesperado ao ter seu contrato cancelado. Obviamente que ele esperava continuar contratado exatamente como o foi durante décadas. Esse “pavor” deve estar passando também pela cabeça de outros artistas, que temem ficar sem salário já com idade avançada e no meio de uma pandemia.
São novos tempos na Globo. Tempos em que os “globais” já não importam mais. É bom, por um lado, para mostrar que essa coisa de “superartistas” é bem relativa e que nem sempre a audiência depende de uma única pessoa, como muita gente acreditava. É ruim para quem estava confortável e estabelecido como um intocável.

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