A história do município do Encanto, atualmente, confunde-se –e muito – com a do mitológico personagem grego, Ícaro.
O enredo é mais ou menos assim: seu pai [que estava preso num labirinto junto com ele] construiu asas, artificiais, a partir da cera do mel de abelhas e penas de gaivota. Dessa forma, consegiu fugir. Antes, porém, alertou ao filho que não voasse muito perto do sol, para que esse não pudesse derreter a cera das asas, e nem muito perto do mar, pois esse poderia deixá-las mais pesadas.
No entanto, Ícaro não ouviu os conselhos do pai e, querendo realizar o sonho de voar próximo ao sol, a cera derreteu e ele acabou despencando e caindo no mar.
Pois, bem.
A atual gestão do Encanto, num espírito meio que megalomaníaco, quer, também, chegar bem próxima do sol e docéu.
Lá, existe um projeto audacioso, ilusório, visionário de se construir uma via de acesso até o cruzeiro. Nada contra.
Só não acredito que o vôo será longo. Porque acho uma idéia, ambientalmente incorreta, e, assim sendo, a administração não irá conseguir licença (dos órgãos competentes) para “subir” a serra - sem falar no perigo do desmoronamento de pedras que essa ação, precipitada, poderia provocar; atingindo, em cheio, a população que reside em áreas baixas daquela cidade.
Além disso, dinheiro não se faz com pena de gaivota - nem nasce em árvore. Logo, não passará de uma utopia e sonhos que serão, novamente, transformados em pesadelos.
Na minha singela e humilde opinião – ao invés de asas coladas com cera derretível – será, apenas e tão-somente, mais umcalhamaço de papel [igual àquele projeto da "praça"] que o tempo e a “traça” (rimou) encarregar-se-ão de comer ou, talvez, pela sua fragilidade, igual a Ícaro, caia no mar (do esquecimento).
Nem mel, nem cumbuca outra vez. É luta!!!
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