MEXE QUE É DE AMEIXA
O badaladissimo site YouTube, na internet, recepcionou em data de 11.11.2009, um vídeo mostrando o COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO RIO GRANDE DO NORTE, uniformizado e ostentando suas condecorações, protagonizando cômico e grotesco espetáculo cirquense, dançando ao lado de um grupo de Aspirantes a Oficial recém formados, ao som da banda Graffith, a música de altíssimo mau gosto “mexe que é de ameixa”.
As imagens mostram vários Aspirantes com o uniforme em desalinho, desensacados, sem gravata, sem a túnica, os quais, animados pelo espírito de emulação e pela energia da água que passarinho não bebe e seguindo os passos do Comandnante, mostraram uma coreografia de fazer inveja aos dançarinos da Banda Djavú, Forró no Muído, Michael Jackson, entre outros.
Esses mesmos Aspirantes, que há poucas horas atrás juraram, perante o Pavilhão Nacional que deveriam “ ... regular a conduta pelos preceitos da moral” e que o “... o sentimento do dever, do pundonor policial-militar e do decoro da classe impõe, a cada integrante da Polícia Militar, conduta moral e profissional irrepreensível”, devendo “proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular, zelando pelo bom nome da Polícia Militar”, certamente encontrarão dificuldades para cobrar de seus subordinados postura, conduta ética e disciplinada, pois nos dias de hoje, não mais vale aquela máxima “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Questionado a respeito, Sua Senhoria, candidamente, alegou: “tive a mesma reação que Barack Obama teve ao assumir a presidência dos Estados Unidos", esquecendo, certamente, que o cidadão civil, não usa uniforme, não ostenta medalhas e condecorações que representam a mística castrense, que o militar não é igual nem melhor do que o civil, mas sim, diferente; que um líder político, aqui, ali ou acolá, pode dançar em palanques, fazer inaugurações e discursos embriagado, desfilar de cuecão em pleno Senado Federal, pois tais atitudes são facilmente digeridas pelo povão alienado.
Mas um Soldado não. Em especial, um Aspirante a Oficial no limiar da carreira que escolheu; na fronteira das considerações teóricas com a vida profissional, cujos pensamentos puros, idealistas, entusiasmados, ainda não foram enrijecidos pela ação da experiência e pelos maus exemplos, cuja mentalidade é o estado psicológico positivo que advém da sua convicção e, por tudo isso, o que ele enxerga e pensa, é a poesia da profissão.
Ao dançar o “mexe que é de ameixa”, desrespeitando aquele mesmo uniforme que dele exigiu horas de sacrificios em seu preparo, esse Aspirante, cuja corporação pobre que o recebe em seu seio, enriquecerá com sua presença, que dentro em pouco será chefe e cuja esfera de ação, rapidamente se ampliará, assambarcando a forja e a orientação direta de todos os soldados e graduados da Polícia Militar, se cuidado não tiver, dentro em breve, nada mais representará do que um eunuco no seio de sua classe.
É preciso que se entenda que um comandante deve – ou deveria - ter exata noção de sua responsabilidade individual e de como esta influi em seu subordinado. Ele deve – ou deveria - agir como um gerente dos bens de terceiros, que a estes se vincula pela consciencia de que, qualquer deslize seu, refletir-se-á, danosamente, naqueles que confiam na sua capacidade de gestor e em sua integralidade moral, especialmnente os mais jovens e inexperientes.
Sinceramente, enquanto cidadão e Oficial Superior da PMRN, o que muito me orgulha e, data vênia, em nome dos meus éticos ex-comandantes, Cel Eider, Cel Sosígenes, Cel Waldomiro, Cel Luiz Pereira, Cel Tavares, Cel Altamiro, Cel Gadelha, Cel Mesquita, Cel Amaury, Cel Reis e Cel Balbino, peço desculpas a sociedade por esse inaceitável e deprimente espetáculo que, por ser isolado, felizmente, não tem o condão de empanar o brilho da gloriosa POLÍCIA MILITAR DO RIO GRANDE DO NORTE.
Respeitante a nossa Comandante em Chefe, Governadora WILMA DE FARIA, detentora de autoridade moral e profissional que a projetou nacional e internacionalmente, signatária da Carta Magna, enquanto Constituinte, que elegeu a MORALIDADE como um dos principios constitucionais que regem a Administração Pública, esperamos medidas saneadoras, não menores do que a exoneração desse nobre cidadão do sagrado e místico cargo de COMANDANTE GERAL.
Adsumus.
José Walterler, TenCel QOPM e Advogado.
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