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sábado, 17 de abril de 2010

Mulher perigosa? Isso existe?


O perfil da “Criminalidade Feminina” vem mudando ao longo do tempo. Décadas atrás, as mulheres eram condenadas, em sua grande maioria, por crimes passionais ou por pequenos furtos. O que para a época era motivo de muita vergonha.

Esse quadro veio mudando ao passar dos anos, a mulher passava agora por gozar de uma maior liberdade, mas segura de si e com responsabilidades maiores ela foi entrando no mundo da criminalidade com a promessa de ganhar dinheiro fácil e rápido.

Hoje, as mulheres em situação de prisão são em sua grande maioria oriundas do tráfico de drogas e entorpecentes. Por muitas vezes, por não terem tido outra oportunidade de obter uma renda que a possibilitasse sustentar sua casa, ou até mesmo por seus companheiros estarem nesse ramo elas terminam por também entrar e assim fazer parte dos números crescentes do tráfico de drogas no Brasil.

Essas mulheres, às vezes esposas de traficantes ou mesmo as próprias donas da boca, estão ficando cada vez mais perigosas e violentas. Para essas mulheres não vejo a tal da Ressocialização, pois já foram tomadas pelo sentimento da bandidagem declarada. A quem ainda se engane com a mulher “Sexo Frágil” e que mulher não impõe perigo a ninguém. Não é o que vemos todos os dias...

Contudo, essas mulheres quando chegam a prisão são tratadas diferentes dos homens, a assistência é bem maior e o descaso com a segurança também. Já ouvi muito a frase “Presídio feminino é muito bom, as mulheres não são perigosas mesmo” “Ah, aquilo ali é uma creche” engana-se mais uma vez quem pensa assim. E o pior é que o próprio sistema não ver a real necessidade de pensar mais na segurança de nossas penitenciárias femininas.

Hoje, o cenário da Paraíba em relação aos Centros de Reeducação Feminina (ainda estamos tentando reeducar as garotas) é o de falta de efetivo de agentes femininas, falta de equipamentos necessários para uma maior segurança interna e falta de segurança externa também, pois a PM (quem cuida dos muros dos presídios na Paraiba) não vê, ou também não tem efetivo suficiente para ativar todas as guaritas desses presídios e ficamos assim a mercê de qualquer ato mais audacioso.

Não podemos ter um caráter mais enérgico em nosso serviço por motivos de segurança mesmo, não são poucos os casos de Agentes agredidas por apenadas. Não temos ao menos uma arma não letal para nossa segurança, nossa única arma é a nossa voz e é por meio dela que pretendo alertar a todos que as mulheres também são apenadas, que também são perigosas e que as Agentes Femininas também necessitam de melhores condições de trabalho e aperfeiçoamento.

Fica aqui o desabafo de uma Agente de Segurança Penitenciária que acredita que pode melhorar sim o sistema, mas é necessária a ajuda de todos e todas tanto de dentro como de fora dos muros.

alinne_ccs@hotmail.com

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