Lemos à entrevista do comandante do 8º batalhão a Tribuna do Norte neste final de semana e sentimos necessidade de opinar sobre o assunto.
Conhecedores da realidade do policiamento na região agreste e tendo trabalhado por quatro anos nas condições extremas de precariedade a que são submetidos os policiais na maioria das cidades, entendemos que não é por acaso que os bandidos estão optando pela área do 8º batalhão. Lá a maioria das cidades dispõe de policiamento muito inferior ao necessário, ocorrendo muitos casos em que fica apenas um policial responsável pelo serviço.
Certa feita um policial que estava de serviço na cidade de Montanhas, foi informado por um vigia da praça pública, que homens armados rondavam o banco por volta da 23:00h. O soldado estando sozinho pediu apoio da sede do batalhão através do telefone, pois no destacamento não tem rádio comunicador. Cansou de esperar, trancou-se com medo, e por volta das 04:00 h da manhã seguinte, chegou um oficial, que o interpelou e o puniu disciplinarmente por que o policial não estava atento, além de transferi-lo para uma cidade mais remota.
“As operações a que ele se refere às vezes até ocorrem. Mas geralmente em horário impróprio, e coordenadas por oficiais que nunca saíram da sede do batalhão e não conhecem nem mesmo a cidade de Nova Cruz. As informações dos policiais das cidades vizinhas são desconsideradas e muitas vezes não são nem se quer avisados de que haverá abordagem de apoio naquela noite”. Comentou um policial que prefere não se identificar.
Questionados sobre a supervisão do serviço e a participação do comando nas ações de policia, o policial respondeu: “ aqui, só vemos um oficial se formos no batalhão por algum motivo, há quatro anos trabalhando aqui, nunca recebemos a visita de um oficial para propor ou supervisionar alguma coisa”, comentou o praça.
Cidades como Montanhas, Monte das Gameleiras, Serra de São bento, Vila flor são apenas alguns exemplos de cidades que não dispõem de efetivo suficiente para manter pelo menos dois homens na escala, ficando assim, apenas com um policial no posto. Em Montanhas por exemplo, cidade fronteiriça e apontada como uma das mais problemáticas da Região Agreste, com uma população aproximada de 14.000 habitantes, para poder ter um a dupla de policiais de serviço, a prefeitura paga diária extra em alguns dias da semana.
Uma coisa é certa, o comando do batalhão não conhece a contento a realidade do que comanda. A área é realmente muito extensa e não existe um planejamento específico e nem uma política de combate a violência e a criminalidade. Muitas cidades não dispõem de delegacia de policia, comarca, nem mesmo de um aparato policial razoável. A culpa não é só da falta de efetivo, isso é um álibi muito forte, mas nas cidades que tem efetivo, como a própria Nova Cruz, as coisas também ocorrem “alavantú”. A noite a milícia é algo imperceptível e não passa de uma viatura rodando com dois homens á bordo.
É lastimável que uma parcela de bons policiais preocupados com missão constitucional que lhe foi dada, ainda tenha que amargar o despreparo e a falta de planejamento de alguns que se dão a comandar sem compromisso e se quer se dão ao desfrute de conhecer o que comandam.
A ACS está visitando todas as cidades do Estado, já ultrapassamos os cem municípios, e esta próxima semana estaremos na região comandada pelo 8º batalhão, ouvindo mais colegas e registrando as cenas do caos.
ACSPMRN
Conhecedores da realidade do policiamento na região agreste e tendo trabalhado por quatro anos nas condições extremas de precariedade a que são submetidos os policiais na maioria das cidades, entendemos que não é por acaso que os bandidos estão optando pela área do 8º batalhão. Lá a maioria das cidades dispõe de policiamento muito inferior ao necessário, ocorrendo muitos casos em que fica apenas um policial responsável pelo serviço.
Certa feita um policial que estava de serviço na cidade de Montanhas, foi informado por um vigia da praça pública, que homens armados rondavam o banco por volta da 23:00h. O soldado estando sozinho pediu apoio da sede do batalhão através do telefone, pois no destacamento não tem rádio comunicador. Cansou de esperar, trancou-se com medo, e por volta das 04:00 h da manhã seguinte, chegou um oficial, que o interpelou e o puniu disciplinarmente por que o policial não estava atento, além de transferi-lo para uma cidade mais remota.
“As operações a que ele se refere às vezes até ocorrem. Mas geralmente em horário impróprio, e coordenadas por oficiais que nunca saíram da sede do batalhão e não conhecem nem mesmo a cidade de Nova Cruz. As informações dos policiais das cidades vizinhas são desconsideradas e muitas vezes não são nem se quer avisados de que haverá abordagem de apoio naquela noite”. Comentou um policial que prefere não se identificar.
Questionados sobre a supervisão do serviço e a participação do comando nas ações de policia, o policial respondeu: “ aqui, só vemos um oficial se formos no batalhão por algum motivo, há quatro anos trabalhando aqui, nunca recebemos a visita de um oficial para propor ou supervisionar alguma coisa”, comentou o praça.
Cidades como Montanhas, Monte das Gameleiras, Serra de São bento, Vila flor são apenas alguns exemplos de cidades que não dispõem de efetivo suficiente para manter pelo menos dois homens na escala, ficando assim, apenas com um policial no posto. Em Montanhas por exemplo, cidade fronteiriça e apontada como uma das mais problemáticas da Região Agreste, com uma população aproximada de 14.000 habitantes, para poder ter um a dupla de policiais de serviço, a prefeitura paga diária extra em alguns dias da semana.
Uma coisa é certa, o comando do batalhão não conhece a contento a realidade do que comanda. A área é realmente muito extensa e não existe um planejamento específico e nem uma política de combate a violência e a criminalidade. Muitas cidades não dispõem de delegacia de policia, comarca, nem mesmo de um aparato policial razoável. A culpa não é só da falta de efetivo, isso é um álibi muito forte, mas nas cidades que tem efetivo, como a própria Nova Cruz, as coisas também ocorrem “alavantú”. A noite a milícia é algo imperceptível e não passa de uma viatura rodando com dois homens á bordo.
É lastimável que uma parcela de bons policiais preocupados com missão constitucional que lhe foi dada, ainda tenha que amargar o despreparo e a falta de planejamento de alguns que se dão a comandar sem compromisso e se quer se dão ao desfrute de conhecer o que comandam.
A ACS está visitando todas as cidades do Estado, já ultrapassamos os cem municípios, e esta próxima semana estaremos na região comandada pelo 8º batalhão, ouvindo mais colegas e registrando as cenas do caos.
ACSPMRN
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