Notícias da ACSPM-RN
23/11/2011 -
Por: Cb Marcos Teixeira PM RN - POLÍTICA, POLITICALHA E POLITIQUEIROS
Dói-me na alma ver a ciência das sociedades humanas, a única vertente capaz de promover a paz social e a igualdade entre os homens, mesmo que isso possa parecer utópico, sendo objeto de manipulação de tantos ignorantes. Algumas observações que farei poderiam bem ser evitadas, como podem parecer desnecessárias, porém as farei para que pecando, não seja por omissão.
A teia de mecanismos políticos que engendram o corpo social nesse modelo democrático segregacionista que temos, é composta por inúmeros organismos, que como células formam o corpo sólido ( ou maleável?) da sociedade humana com seu aparato de dominação caracteristicamente burguês. Os operários não são mais que massa de manobra ou uma porção maior dominada por uma menor simplesmente pelo fator econômico.
O sindicalismo, o associativismo, os conselhos de bairros e as associações de moradores surgem com o advento da democracia, numa tentativa de organizar o trabalhador e o cidadão comum, se não contra, mas pelo menos em oposição ao sistema político vigente. E isso, mesmo que as vezes inconscientemente, é seqüela do Marxismo, cujos elementos teóricos não conseguiu até agora mais do que discursos e teorias infindas sobre relações de poder, capitalismo, socialismo, proletariado, falso comunismo e economia capitalista, pondo muitas vezes na cabeça de leitores de orelhas de livros , um sem fim de utopias e os fazendo crer que com foice e serra, chegaremos ao cume do igualitarismo, sobrepondo uma ditadura à outra, pois trocaríamos o domínio burguês pelo domínio
proletário.
Viagens a parte, com o advento do fim das ditaduras na rua, já que nos quartéis ela continua vivaz, até as policias são hoje indicalizadas. E como se não bastasse ainda engendraram na política de partidos, com a falsa ilusão de que precisamos de vereadores, deputados, senadores e quem sabe até de um presidente da república fardado. Mesmo que ainda estejamos sentindo o fedor inssosso de sangue que fora derramado pelas estrelas dos generais há tão pouco tempo.
O poder político passa pela organização, além de ser fruto do conhecimento e de uma boa dose de sabedoria. Nós policiais militares do Rio Grande do Norte, não conseguimos se quer, até agora nem o básico para enveredarmos pela política partidária enquanto categoria, pois não temos se quer unidade naquilo que queremos e pensamos.
Com a aproximação de uma nova eleição, desta vez nos municípios, já começam se digladiarem os falsos Teseus, movidos pelo sentimento muitas vezes individualista de ascenderem politicamente e assim realizarem sonhos pessoais e palpitarem o bolo azedo do poder que não aceita se não os que advêm da tradição dominante ou os que se predispuserem a pactuarem com deus e o diabo para chegarem o topo. ( e na caserna os dois últimos exemplos já não são bastantes?).
Certa vez, ouvindo um poeta popular ele fechou uma estrofe improvisada dizendo: “se unidos ainda somos fracos/ divididos jamais seremos nada”. O embate de acusações que alimenta a vaidade de muitos, sejam elas levianas ou pertinentes, nada tem a contribuir positivamente para nada.
A candidatura de cada um a qualquer cargo eletivo é legitima, como será a de qualquer cidadão que com uma história de luta, muita coragem e determinação e ainda formação política que o condicione, se proponha a defender interesses que perpassem os seus próprios interesses e os de sua individualidade, pois no modelo representativo de democracia ora posto, não bastam as convicções e interesses pessoais, como precisa-se de um consenso ideológico daqueles que se dirão representados.
Mas o que não é legitimo é tentar subir usando o falso combustível da leviandade e da hipocrisia, característicos dos que após beberem da fonte a tendo como pura, matam a sede e a contaminam pelo ódio e pela insensatez, por não terem, após o uso, o direito ao abuso.
“Nem todo aquele que diz senhor, senhor, alcançará o reino dos céus” disse o nazareno na sua simples sabedoria.
E o reino dos céus para muitos dos que se colocam agora, é justamente os louros do poder. E vendo que a tropa já rendeu muitos louros para outros iguais hipócritas e que hoje enfrentamos uma profunda crise de liderança, motivada pela miséria da vaidade e da divisão interna, estão já se utilizando dos mais variados meios para também ascenderem politicamente sob o signo da tropa. A política, segundo Rui Barbosa “é a arte de gerir o estado segundo regras morais, leis escritas e princípios definidos”, assim sendo, é lógico, simplificando ao máximo o conceito dessa importante ciência social, que princípios morais têm aqueles que como primeiro elemento de sua empreitada rumo ao poder é a leviandade, o jogo sujo de deturpações da verdade e as acusações infundadas. Ora, para o homem sábio, apenas sua condição e sua virtude lhes serão suficientes para alcançar a glória.
De nada lhe valerá a infâmia, a calúnia, o ódio... isso provavelmente lhe proporcionará não mais que a angústia do revide e suas precipitações deverão certamente alimentar o monstro da discórdia.
A política é uma ciência. Para os que não tiveram a felicidade de enveredar pelos seus fantásticos mecanismos teóricos para só assim pleitearem a prática, fica meu humilde conselho: balizem-se pela razão e pela sensatez, para que não venham a regar videiras estéreis e inevitavelmente acabem pelas veredas da “politicalha”.
CABO PM MARCOS TEIXEIRA
É direator de comunicação da ACSPMRN
É direator de comunicação da ACSPMRN
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