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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Artigo - Gastar com Carnaval enquanto o povo grita atormentado pela calamidade que a seca provoca? Não, isso não!‏



            A maior forma de desprezo à própria consciência é quando nos calamos diante do que achamos incorreto e indigno.


         Quando a sociedade se cala, mostra-se seu desprezo e cuidado para com si própria, é este o exato modelo social que nossa classe política deseja que permaneça, um povo ignorante que não tem se quer consciência do perigo que corre.

            Dando uma olhada nas noticias sobre previsões meteorológicas para este ano, pude constatar noticias não animadoras para nosso tão sofrido sertão, os levantamentos são negativos e isso poderá custar muito caro, principalmente para a população carente de recursos, grande maioria em nossas cidades.

       Enquanto isso, não estamos vendo muita preocupação dos detentores do poder, que passadas as eleições esqueceram seus discursos inflamados de combate a este TERRÍVEL e POSSÍVEL fato da natureza, muitos municípios estão ai jogados ao bel prazer das intempéries naturais e alguns gestores, juntamente com grupos de empresários (grandes beneficiados com isso tudo) se organizando para MEGA EVENTOS CARNAVALESCOS, com direito a foliões e tudo.  

            Gastar com carnaval enquanto o povo grita atormentado pela seca é um abuso e, diga-se de passagem, merece reflexão de quem tem o mínimo de consciência, o “Pão e Circo” apesar se ser frequentemente usado pelos nossos políticos e até aceito por parcela da sociedade é uma medida que deve ser coibida e repudiada.


            O Ministério Público deverá honrar seu dever e fazer jus a sua função sublime na defesa da ordem e dos interesses sociais.

          Fazer Carnaval com argumento de que traria algum retorno social e econômico quando as perspectivas e levantamentos meteorológicos apontam chuvas a baixo da média para este ano é no mínimo abominável, por favor, não me digam isso.

            A verdade é que neste momento nossos prefeitos agiriam corretamente e com racionalidade se poupassem esse dinheiro para despesas coletivas e assim garantissem sustentabilidade em seus governos, a administração pública requer zelo e responsabilidade, existem princípios constitucionais que apontam isso,  estamos diante de uma grande incerteza sobre o período de chuvas, não podemos jamais sacrificar nossas cidades em nome de uma simples neurose eufórica de 4 dias.


Como cidadão, me sinto preocupado com essas medidas, a Indústria da Seca não pode entrar em ação.

Cesar Amorim – Estudante do 7º período de Direito pela UERN - Estagiário da Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Norte – Subseção Mossoró.

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