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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

SUBESTIMARAM ROSALBA E ELA DEU O TROCO



Impossível não começar a ressaca do primeiro turno das eleições estaduais, avaliando o poder de eleitora da governadora Rosalba Ciarlini.
Tentaram de tudo para deixar Rosalba fora do processo sucessório estadual, e até conseguiram.
Seu próprio partido se aliou até a adversários e conseguiu, dentro de uma sala pequena, em poucas horas, tirar o direito da governadora, eleita no primeiro turno em 2010, de disputar sua legítima reeleição.
Em poucas horas registrou-se, na pequena sala, discursos fortes, choro, protestos, risos, reações mais que dramáticas…que, resumindo, fizeram de Rosalba uma governadora sem partido, sem direito, sem futuro.
Subestimaram Rosalba.
Sem partido, apesar de ainda filiada ao DEM, sem direito e sem futuro, Rosalba não esmoreceu, como ela mesma falou no discurso que fez em Mossoró quando decidiu botar o pé na campanha para apoiar um único candidato: o sobrinho Betinho Rosado Segundo (PP), que entrou na disputa atrasado, depois que o pai, deputado Betinho Rosado (PP), cunhado da governadora, teve seu registro de candidatura indeferido pelo TSE.
Subestimada no Estado e entre seus aliados, Rosalba foi super estimada na sua terra Mossoró.
Botou os pés, as mãos e o coração na campanha e foi além.
Além de Betinho, declarou apoio à candidatura da sempre adversaria petista Fátima Bezerra, eleita senadora com mais de 800 mil votos.
De cabeça erguida, Rosalba fez de conta que não se lembrava que o PT de Fátima encabeçou um movimento na Assembleia Legislativa pela cassação do seu mandato. Pelo seu impeachment.
Esqueceu, entre aspas, dos discursos de Fátima Bezerra contra o seu governo.
Discursos sempre muito pesados contra o que Fátima sempre chamou de “pior governo do Rio Grande do Norte”.
Porém, para sobreviver e mostrar sua força, para derrotar alguns, Rosalba teve que se unir a um. E esse um foi o PT.
A governadora nunca admitiu, porém, seu grupo comprou o pacote completo: Fátima para o Senado e o vice-desafeto da Rosa, Robinson Faria (PSD), para o Governo.
Além do apoio do prefeito de Mossoró, Francisco Silveira Júnior (PSD), Robinson teve o apoio silenciosíssimo, do rosalbismo, que optou, não por eleger Robinson, adversário ferrenho – e nada respeitoso – de Rosalba, mas, por não eleger Henrique.
Subestimada, a Rosa, com os pés, as mãos e o coração na campanha, elegeu o sobrinho, ajudou a eleger Fátima, e colaborou com a maioria de Robinson sobre Henrique em Mossoró.
Maior eleitora de Mossoró, o segundo colégio eleitoral do Estado, Rosalba atirou e acertou  em todos os seus alvos:
Com a eleição de Betinho Segundo, derrotou a deputada federal Sandra Rosado (PSB) e tirou votos muitos da candidata a federal Fafá Rosado (PMDB).
Ajudou a derrotar a deputada estadual Larissa Rosado (PSB) e o deputado do DEM, Leonardo Nogueira.
Elegendo Fátima, derrotou a ex-governadora Wilma de Faria (PSB).
Sentindo-se eleita nas urnas, mesmo sem ter sido candidata, Rosalba só tem o que comemorar.
Se a grande eleitora do Rio Grande do Norte vai entrar na campanha no segundo turno, convém aguardar.
Aguardar, principalmente o discurso do candidato Robinson Faria, seu vice-desafeto, que em uma entrevista ao Blog, disse que queria os votos dos eleitores de Rosalba, mas depois, em uma entrevista à Tribuna do Norte, mudou o tom e disse que “não havia possibilidade” de aceitar votos rosalbistas.
Agora, precisando muito dos votos da Rosa revigorada, Robinson deverá perder o medo de ter a governadora em seu palanque.
E pedir, com todas as letras, que ela se integre à sua campanha, dizendo que quer, sim, os votos dela e do seu povo.
Convém aguardar as cenas dos próximos capítulos da novela que só tem, a contar de hoje, 20 dias de duração.
Com efeitos de pelo menos dois anos pela frente. Até que chegue uma nova eleição.
Subestimaram Rosalba, e ela deu o troco. Que pode ser ainda maior até o dia 26.

Fonte: Thaisa Galvão

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