Energia solar e agricultura irrigada podem ser saídas para a seca no Nordeste
A
geração de energia solar e desenvolvimento agrícola de culturas
resistentes à seca poderão ser duas medidas para a convivência com a
Seca no Nordeste, como também a geração de recursos para o
desenvolvimento da região. Os dois temas foram abordados durante reunião
da Comissão externa que trata da estiagem na região nesta quinta-feira
(21).
No encontro, dois pesquisadores do governo foram ouvidos. Ao
todo serão nove encontros que resultarão em um relatório com as
sugestões de técnicos e representantes de municípios e da sociedade
civil para servir como parâmetro para os investimentos na região.
Uma das possibilidades para a criação de emprego e renda nos
municípios do semiárido seria o aproveitamento do potencial solar da
região para geração de energia. A sugestão foi apresentada pelo
pesquisador Paulo Nobre, do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação. “Eu vejo o Nordeste, no futuro, como um enorme produtor e
exportador de energia. É uma energia eterna, que é a energia do sol. Ela
pode ser aplicada tanto em grandes centrais como em cada telhado”,
afirmou Nobre. “De forma que o recurso possa ser usado para trazer água
em tubo, não água evaporando em canais abertos, e escolas para as novas
gerações.”
Já o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
Guilherme Resende recomendou uma avaliação das políticas públicas
atualmente voltadas para o semiárido. Entre outros programas, a região é
hoje beneficiária de pelo menos 50% dos recursos do Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Na maior parte das
vezes, no entanto, os recursos que chegam estão bem abaixo do limite
estabelecido.
Ele acredita que o semiárido é solo fértil para o desenvolvimento de
culturas agrícolas resistentes à seca ou irrigáveis, como as existentes
em países como Estados Unidos, México e Israel. “Crises climáticas
periódicas ocorrem em várias partes do mundo, prejudicando a
agricultura. No entanto, só se transforma em flagelo social quando se
depara com condições socioeconômicas precárias, como as do Nordeste”,
disse Guilherme Resende.
Robson Pires
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