Do
ponto de viste eleitoral, o maior beneficiado com a combinação de crise
política e econômica não parece ser o PSDB, principal opositor da
presidente Dilma Rousseff, mas a hoje reclusa Marina Silva (Rede),
ex-senadora que ficou em terceiro na disputa pela Presidência em 2014.
É o que mostra a pesquisa Datafolha nos dias 25 e 26 com 3.541
entrevistas e margem de erro de dois pontos. Na simulação que coloca o
senador Aécio Neves como candidato do PSDB, Marina avançou três pontos
(de 18% para 21%) e agora aparece tecnicamente empatada com o
ex-presidente Lula (22%) na segunda posição. O tucano lidera com 31%,
mas tinha 35% na pesquisa anterior.
Quando o candidato do PSDB é o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, Marina lidera isolada com 28%, seis pontos a mais que Lula (que
caiu quatro desde junho) e dez a mais que o tucano (que oscilou dois
para baixo).
Um dado que chama a atenção no levantamento é a taxa de rejeição do
ex-presidente Lula. Quase metade dos eleitores (47%) dizem que não
votariam nele de jeito nenhum. É uma taxa inferior apenas a atribuída a
Ulysses Guimarães (1916-1992) em pesquisas feitas em 1989, quando
disputou a Presidência pelo PMDB. Em agosto daquele ano, Ulysses amargou
52% de rejeição, recorde até hoje.
Aécio é rejeitado por 24% atualmente; o vice Michel Temer (PMDB), por
22%. Alckmin e Marina, por 17%. O Datafolha mostra ainda que a imagem
de Lula como ex-presidente perde força com velocidade. Em 2010, ele era
visto como o melhor presidente que o Brasil já teve por 71%. Caiu para
56% no fim de 2014; 50% em abril; 39% agora. Apesar disso, segue líder.
Robson Pires
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