Em substituição ao PMDB, que anunciou nesta
terça-feira seu desembarque do governo, a presidente Dilma Rousseff deu
início a conversas para a formação de um novo bloco na Câmara, formado
por PP, PR e PSD que, juntos, somam 129 votos – contra os 69 votos do
PMDB. Para isso, a presidente está disposta a abrir mais espaço a esses
partidos.
O “espólio” do PMDB (sete ministérios e mais de 700 cargos) está
sendo disputado: o PP sonha conquistar o Ministério da Saúde; o PR, além
do Ministério dos Transportes, que comanda hoje, gostaria de ter também
o comando de Portos; e o PSD gostaria de ter também o Ministério dos
Esportes.
Com essa reoganização do ministério, a presidente espera reunir pelo
menos 172 votos, número necessário para barrar o processo de impeachment
em tramitação na Câmara. Se conseguir isso, desempenho considerado
difícil no quadro atual, ela se disporia a comandar um governo com
minoria, mas com base mais estável.
A presidente está sendo aconselhada a definir as mudanças na equipe
até a próxima sexta-feira, como anunciou o chefe de Gabinete da
Presidência, Jacques Wagner, nesta terça, ao comentar a saída do PMDB do
governo. Nesta terça, ela teve conversas com o presidente do PSD,
Gilberto Kassab; e com o presidente do PP, Ciro Nogueira.
R. Pires
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