PASSANDO NA HORA / G1/RN
“E
aí, meu filho, como é que tá? Tem condição de você vir me buscar aqui,
meu velho? Tô aqui só vivo. Dois dias de fome e sede no meio do mato”. O
pedido de socorro, gravado no celular de um dos suspeitos de participar
da explosão a um banco na madrugada do domingo (3) na cidade de Brejo
do Cruz, na Paraíba, é uma das provas que a polícia tem para incriminar
Kleyton Alves da Silva e o taxista Diego Edicleilton Marcelino de
Castro, presos na noite desta segunda (4) às margens da BR-226, na
região Oeste potiguar.
Nele,
é possível ouvir quando Kleylton, que além de pedir para o taxista ir
buscá-lo na rodovia, também implora para que Diego leve água e comida.
“Esqueça de água e cumê não. Sanduíche, uma quentinha, qualquer coisa
pra nós comer. Tô aqui só Jesus”.
Kleyton
e Diego foram presos por policiais militares por volta das 21h desta
segunda. Segundo o major Inácio Brilhante, que comanda as buscas pela
quadrilha na região, os dois negaram envolvimento no crime ocorrido na
Paraíba, mas confirmarem que se conhecem.
de
acordo com o delegado Sandro Régis, o taxista foi autuado em flagrante
por favorecimento e associação criminosa, "já que foi ao local para dar
fuga ao comparsa". Já Kleylton Alves da Silva, foi autuado por
associação criminosa, assalto e tentativa de homicídio, uma vez que
também é suspeito de atirar contra os policiais durante a perseguição ao
bando que explodiu o banco na Paraíba.
Régis disse que os presos devem ser levados, ainda nesta terça (5), para a Cadeia Pública de Caraúbas.
O
delegado ainda confirmou que Kleyton era fugitivo da Penitenciária
Agrícola Mário Negócio, em Mossoró, onde cumpria pena por latrocínio
(roubo seguido de morte), e ainda estava usando documentos falsos. No
ano de 2007 em Mossoró,ele matou para roubar a comerciária Iziana Paula
Alves.(RELEMBRE)
Áudio
Kleyton
- E aí, meu filho, como é que tá? Tem condição de você vir me buscar
aqui hoje, meu velho? Tô aqui só vivo. Dois dias de fome e sede no meio
do mato.
Cinco e meia você sai daí. Cinco e meia você venha.
Eu
tô depois de Upanema, depois de Campo Grande, já chegando em Janduís
já. Você tem que vir, meu filho, você tem que vir que meu telefone aqui
tá descarregando. Tá bem pertinho de descarregar já.
Aí,
quando você sair daí, você me avisa. Eu vou botar um galho na estrada
que você vê. Na mão que você vem daí, do seu lado direito. Quando você
chegar em Upanema você me avise de novo, que é pra mim botar. Eu não vou
botar logo quando você sair daí não. Eu só vou botar quando você passar
de Upanema, que é pro não passar muito tempo, o galho...
Você venha na manha. Compra água e o cumê, que nós estamos com fome aqui. Eu e o rapaz aqui.
Quando
você passar de Campo Grande, quando chegar mais da metade do caminho,
você presta atenção que o galho vai tá bem pertinho, o galho vai tá na
beira da pista.
Manda um áudio aí pra mim. Manda um áudio aí pra mim.
Diego - Eu já saí, já entrei dentro do carro já.
Kleyton - Esqueça de água e cumê não. Água e cumê. Um sanduíche, uma quentinha, qualquer coisa pra nós comer. Tô aqui só Jesus.
Diego
- Homi, manda essa localização que é melhor. Se seu telefone
descarregar eu vou saber onde você tá. Mande que é melhor. Pelo menos eu
vou saber quantos quilômetros de distância eu tô de onde você tá. Manda
a localização.
Tô
tentando aqui nessa localização, homi. Já tô vindo do outro lado. Não
achei garrancho nem nada. Aí passei direto e tô voltando agora. Liga aí.
Acho que no sentido Campo Grande, só tem eu na pista.
Confrontos
Na
tentativa de prender os membros da quadrilha que explodiu os caixas na
Paraíba, policiais militares da Paraíba e do Rio Grande do Norte
trocaram tiros com os criminosos no domingo, à tarde, quando parte do
bando foi localizado em uma fazenda na região Oeste potiguar. A
propriedade fica justamente entre as cidades de Janduís e Campo Grande.
No confronto, quatro suspeitos foram baleados. Todos foram socorridos,
mas nenhum resistiu aos ferimentos.
Na
fazenda foram apreendidos três fuzis, três espingardas calibre 12, duas
pistolas e vários explosivos, além de sete coletes à prova de balas e
dois carros.
Já
no final da manhã desta segunda (4), em novo confronto na mesma região,
um quinto suspeito também foi baleado e socorrido, mas também não
sobreviveu.
O major Inácio Brilhante disse que as buscas pelo restante da quadrilha continuam.
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