Uma bomba de hidrogênio no STF
O
PGR Rodrigo Janot repetiu enfaticamente, dezenas de vezes, na
inesperada entrevista de agora há pouco, que as provas apresentadas por
Joesley Batista e demais colaboradores da JBS continuam valendo, e que a
possível rescisão do acordo não inviabilizará a denúncia contra Michel
Temer e outros. Mas é óbvio, evidente, líquido e certo, que a defesa de
Temer e de outras bolas da vez vão usar o episódio para derrubar, ou ao
menos retardar, o andamento de suas denúncias e processos.
No mínimo, ganha-se tempo numa querela jurídica em torno da validade
de provas apresentadas numa delação que está sendo questionada
juridicamente. Uma boa desculpa, por exemplo, para a Câmara dos
Deputados não apreciar a segunda denúncia de Janot até que o STF dê a
decisão final sobre a validade da delação de Joesley e companhia. Isso
pode levar meses, quem sabe até anos, chegando sem solução ao final do
mandato de Temer.
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