Neste domingo completa um ano da maior rebelião do sistema penitenciário do RN
Redação
Foto: Sérgio Costa
PortalBO
Um ano após a maior rebelião já registrada no Rio
Grande do Norte, o Portal BO voltou a Penitenciária Estadual de Alcaçuz
em Nísia Floresta, região metropolitana da capital para verificar as
mudanças ocorridas na unidade. Hoje são 1.100 apenados, praticamente o
mesmo número durante a rebelião. Só que com uma diferença significativa,
os apenados estão dentro das celas presos. Antes (desde 2015) ficavam
soltos nos pavilhões. Não existe mais quebradeira, fugas, túneis. As
facções davam as ordens no sistema. Agora quem manda é o estado. Foi
implantado um regime disciplinar. Para tudo se tem hora e nem encostar o
corpo nas grades o preso pode mais. "Fazemos revista diariamente. Tem
dia que são três revistas. Ainda temos muito o que melhorar. Mas nada
aqui se parece como antes. Tem disciplinar, tem rigor";, afirma Mauro
Albuquerque, secretário de Justiça e Cidadania.
Três pavilhões
foram reformados. O 01, 02 e o 03. Um investimento de três milhões de
reais. Apenas o 02 ainda não está habitado com presos. "Os agentes
penitenciários precisam fazer um curso de armamento e tiro que vai
acontecer em abril. Após o curso poderemos ocupar o pavilhão com os
internos", detalha Mauro.
A Penitenciária ainda precisa de outras
reformas. A administração e os outros pavilhões. O investimento será de
oito milhões, mas o recurso não está disponível e ainda não se sabe
quando a obra irá iniciar. A unidade que tinha lixo por todo lado, agora
vive limpa. Não existe resto de quentinha jogada pelos corredores, nem
riscos nas paredes dos pavilhões. Os presos respeitam as normas. O
alumínio das quentinhas e de outros materiais são vendidos para uma
empresa do estado da Paraíba. O dinheiro arrecadado é revertido em
benfeitorias para Alcacuz.
Os aparelhos celulares tão comuns nas
mãos de presos durante a rebelião do dia 14 de janeiro de 2017, já não
são mais vistos. As revistas evitam as entradas. A alimentação que
familiares levavam para os presos nos dias de visita não é mais
permitida. "Assim não temos comércio dentro da unidade. Antes lider aqui
tinha bônus, hoje tem ônus", salienta Mauro Albuquerque
Dia 14 de
janeiro de 2014, na Penitenciária Estadual de Alcacuz, presos se
rebelam. Facções rivais iniciam uma quebradeira. Colchões foram
queimados, pavilhões destruídos. Oficialmente 26 presos foram executados
e mais de 50 fugiram. A maior rebelião do Rio Grande do Norte durou 14
dias.
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