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segunda-feira, 12 de março de 2018

Reportagem do Fantástico confunde investigações, foca apenas em um político e passa impressão de perseguição


Por Robson Pires
A reportagem do Fantástico exibida no quadro ‘Cadê o Dinheiro que Estava Aqui?’, na edição desse domingo (11), chamou a atenção, além da falta de elementos novos, do foco, centrado no governador Robinson Faria.

O material foi produzido ao longo da semana e serviu para retratar três operações, a Dama de Espadas, a Candeeiro e Anteros, que apuram desvios na Assembleia Legislativa, Idema e obstrução de justiça, respectivamente.
Ao unificar desvios que ocorreram em tempos e sob gestões diferentes, focando no governador, a reportagem deu um tom de perseguição.

A impressão ficou ainda evidente quando a reportagem apenas citou a participação de deputados estaduais nas investigações sem citar nomes. R$ 34 milhões dos R$ 50 milhões que o Fantástico diz terem sido desviados envolvem deputados estaduais.

A reportagem ainda deixa para o telespectador entender que os desvios no Idema ocorreram sob a gestão atual, quando na verdade foram no período anterior, da ex-governador Rosalba Ciarlini, que nada tem a ver com o caso, não sendo alvo de investigação.
Chama a atenção ainda o fato de o material ter chegado à rede Globo no momento que o governador começou a se movimentar politicamente e depois de ter deixado o gabinete para cumprir agenda, entregar obras, dar entrevistas e deixar a entender que é candidato a reeleição. Inevitavelmente, o uso do material feito pelo Fantástico acuará o governador.
É o segundo caso recente envolvendo o Rio Grande do Norte em que o quadro ‘Cadê o Dinheiro que Estava Aqui?’ vende gato por lembre. Na matéria anterior, a expectativa foi sobre os desvios da Arena das Dunas. O material foi duramente criticado por requentar denúncias que já eram de conhecimento público e numa edição pobre e confusa..

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