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terça-feira, 10 de março de 2020

A história de Pau dos Ferros pelas lentes da arquitetura


EstudanteExtensão 
Comunidade de Pau dos Ferros. As atividades do “Alpendre.Doc – Retratos Falados” inserem os alunos em diversos campos de ensino previstos no curso de Arquitetura e Urbanismo, com história da cidade, morfologia urbana, produção audiovisual / Foto cedida
Dona Rita, 65 anos, a primeira entrevistada do projeto / Foto cedida
Equipe de produção do projeto. São cinco alunos envolvidos na ação, sendo três deles bolsistas / Foto cedida
Contar e resgatar a memória e história da cidade de Pau dos Ferros através da vida de alguns de seus moradores. Esta é a missão do projeto “Alpendre.Doc – Retratos Falados”, uma ação de extensão desenvolvida por alunos e professores do curso de Arquitetura e Urbanismo do Campus da Ufersa de Pau dos Ferros.
O projeto é coordenado pelo professor Daniel Andrade. Segundo ele, esse projeto vai procurar, principalmente, conhecer os personagens que fazem parte do comércio da cidade para contar e resgatar a memória de Pau dos Ferros. Dona Rita, de 65 anos, foi a primeira moradora ouvida pela produção. Deficiente visual, a senhora mora no perímetro irrigado e é uma rezadeira da comunidade.
Um fato que chamou a atenção da equipe do projeto, nesse primeiro contato, foi a deficiência visual da senhora, adquirida de forma hereditária e gradativa, que a fez perder a visão completamente aos 40 anos de idade. Apesar das dificuldades, ela ainda consegue realizar as tarefas domésticas e pessoais sozinha.
Assim como muitos sertanejos do semiárido, Dona Rita tem uma forte ligação com a construção de sua casa de taipa e com as técnicas construtivas usadas nessa edificação. “A gente começava enterrando umas forquilha, cortava e amarrava umas vara, aí botava outras varas por cima, pra poder cobrir com telha, aí ia tapar ‘arrudeando’ de barro e o piso era no barro. A gente não dividia (os quartos), não fazia casa pequena não! Tinha muita madeira no mato, cortava a madeira pra construir casa grande”, relata.
São histórias como essa que a iniciativa pretende resgatar. “O projeto teve seu início em novembro e estávamos planejando as ações e levantando os possíveis entrevistados. A previsão é concluir as entrevistas neste primeiro semestre de 2020. Não foi definido um número mínimo, mas estimamos aproximadamente 10 entrevistados”, informou o professor Daniel.
O projeto teve seu início em novembro e estávamos planejando as ações e levantando os possíveis entrevistados. A previsão é concluir as entrevistas neste primeiro semestre de 2020
 Daniel Andrade/coordenador do projeto
As atividades do “Alpendre.Doc – Retratos Falados” inserem os alunos em diversos campos de ensino previstos no curso de Arquitetura e Urbanismo, com história da cidade, morfologia urbana, produção audiovisual, entre outros. São cinco alunos envolvidos na ação, sendo três deles bolsistas através de edital da Pró-reitoria de Extensão e Cultura. Toda a operacionalização é feita pelos alunos com orientação e supervisão do professor.
O processo de realizar a gravação envolve algumas visitas anteriores de planejamento e principalmente para que o entrevistado se sinta à vontade com a equipe. “A gente chega a ir uma ou duas vezes sem nenhum equipamento, apenas para conversar e ambientar a pessoa de forma que ele fique o mais à vontade possível”, explica Daniel.
Além de produzir alguns artigos para periódicos e congressos, é objetivo do projeto realizar uma exposição na cidade bem como a elaboração de um registro digital (um site, por exemplo, mas o modelo ainda não está definido). A forma de exposição dos resultados dependerá dos recursos financeiros que a equipe consiga levantar.
Projeto Alpendre.Doc Retratos Falados

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