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terça-feira, 13 de julho de 2021

Com aval do STF, diretora da Precisa diz que ficará em silêncio na CPI

 

A diretora da empresa Precisa Emanuela Medrades afirmou logo no início de seu depoimento na CPI da Covid que, por orientação do advogado, ficará em silêncio durante a sessão.

Ela manifestou a posição logo na primeira pergunta, quando foi questionada se iria prestar o compromisso de dizer a verdade.

Emanuela obteve uma decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que ela tem o direito de não produzir prova contra si.

Após a declaração da diretora, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) ressaltou que o Supremo conferiu à depoente o direito de ficar em silêncio exclusivamente em questões que a incriminem.

“O abuso ao direito de ficar em silencio nesta comissão não pode ser algo permanente, não pode ser algo constante. Nós não podemos abrir mão das nossas prerrogativas de investigação”, afirmou Eliziane.

Investigações

A Precisa Medicamentos entrou na mira da CPI por ter intermediado a aquisição de doses da Covaxin entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech.

O contrato, de R$ 1,6 bilhão para a compra de 20 milhões de doses, é alvo de investigações do Ministério Público Federal, do Tribunal de Contas da União e da Polícia Federal.

Emanuela Medrades foi uma das principais articuladoras da venda da Covaxin ao governo brasileiro. Pessoas ouvidas pela CPI relataram ligações e e-mails com a diretora para tratar sobre os detalhes do contrato.

US$ 45 milhões a empresa em Singapura

Um dos principais pontos envolvendo a Covaxin na mira da CPI é a inclusão de um pedido de pagamento antecipado, no valor de US$ 45 milhões, tendo como beneficiária uma empresa chamada Madison Biotech, com sede em Singapura. A CPI apura se essa empresa seria de fachada.

Conforme mostraram os funcionários do Ministério da Saúde Regina Célia Oliveira e William Santana à CPI, Emanuela Medrades explicou por e-mail que a Madison era o agente comercial responsável pela confecção da licença de importação e possui o mesmo quadro societário da Bharat Biotech.

A comissão, por outro lado, apura se a empresa pode ter sido usada como uma forma de desviar o dinheiro do imunizante por meio desse pagamento à empresa de Singapura.

Tanto o pagamento antecipado quanto a Madison não constavam do contrato firmado entre o governo brasileiro e a Covaxin, mas foi incluída na invoice (uma espécie de nota fiscal para a importação) encaminhada pela representante da Precisa ao Ministério da Saúde.

O documento foi barrado no departamento de importação da pasta, cujo chefe do setor é Luis Ricardo Miranda.

G1

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