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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Covid-19: imunidade de rebanho pode não ser o suficiente para conter a Pandemia

 

  • Esses números são impossíveis de atingir quando, primeiro, uma parte significativa da população, os menores de 12 anos, não são estão sendo vacinados. E em segundo lugar, outra parte da população decide não se vacinar. Sem falar das vacinas, já que nenhuma delas têm 100% de eficácia.

O conceito de  imunidade coletiva (ou de rebanho) tem sido adotado para falar de diferentes assuntos. Em geral, ele é utilizado para explicar a proteção indireta contra uma infecção que é obtida por pessoas suscetíveis de uma população quando há uma taxa elevada de pessoas não suscetíveis (imunes à infecção, seja por vacinação ou por terem sido infectadas antes).

A experiência histórica nos mostra que em muitas doenças infecciosas (varíola, poliomielite, sarampo, difteria, caxumba etc.) os imunizados são resistentes a novas infecções pelo mesmo agente infeccioso e, se a proporção de imunização é suficientemente alta, ajudam a criar uma barreira que interrompe as cadeias de transmissão.

Assim protegem indiretamente as pessoas não imunizadas e, às vezes, permitem a eliminação ou até mesmo a erradicação da infecção.

Atualmente, no caso das vacinas contra Covid-19, o termo imunidade de rebanho é cada vez mais usado para se referir a um conceito um pouco diferente: o limiar de imunidade de rebanho (HIT).

Este limite refere-se à proporção mínima de pessoas imunes em uma população que é necessária para atingir uma diminuição nas infecções, aproximando-se da proporção mínima de pessoas em uma população que deve ser vacinada para proteger toda a população.

Nesse sentido, Anthony Fauci, assessor-médico-chefe da Presidência dos Estados Unidos e um dos imunologistas de maior prestígio do mundo, disse no fim de 2020 que seria necessário vacinar entre 70 e 85% da população dos Estados Unidos para alcançar “imunidade de rebanho” contra o novo coronavírus.

Fauci esclareceu que era preciso ser “prudente” com esses cálculos e que, “realmente não sabemos qual é o número real”. Mas sua prudência não impediu que a “febre” dos tais 70% se espalhasse na mídia (e em governos) de muitos países.

Tampouco evitou a decepção que se deu quando os países com altas taxas de vacinação (especialmente Israel) experimentaram picos significativos na transmissão em meados de 2021, mesmo tão próximos da taxa de 70% de vacinados.

IG

R. Pires

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