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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Advogado de Bolsonaro diz que é a primeira vez em 34 anos que não conhece a íntegra de um processo; vídeo

 O advogado Celso Vilardi, que compõe a defesa de Jair Bolsonaro (PL), afirmou em sua sustentação oral nesta quarta-feira (3) que desconhece a íntegra do processo e o conjunto das provas contra o ex-presidente no inquérito da trama golpista.

Vilardi fez menção ao grande volume de materiais recolhidos pela PF (Polícia Federal) e aos prazos para o cumprimento de cada etapa do rito processual.

“Nós não tivemos acesso à prova e muito menos prazo suficiente. Não, não tivemos o tempo que o Ministério Público e a Polícia Federal tiveram, e nós não tivemos acesso à prova durante instrução. Eu quero dizer a vossas excelências que, em 34 anos, é a primeira vez que eu venho em uma tribuna com toda a humildade para dizer o seguinte: eu não conheço a íntegra desse processo. Eu não conheço. O conjunto da prova, eu não conheço. São bilhões de documentos. Uma instrução de menos de 15 dias, seguida de interrogatório. A instrução começou em maio, nós estamos em setembro. Quinze dias de prazo para o Ministério Público, quinze dias de prazo para a Defesa”, alegou o advogado.

Vilardi começou a defesa do ex-presidente afirmando não haver “uma única prova” sobre a existência de um plano de golpe de Estadoapós o resultado eleitoral de 2022. Ele também disse que Bolsonaro teria sido “dragado” para as ações investigadas pela PF.

“Porque, na verdade foi achada uma minuta do punhal verde e amarelo, uma minuta planíbia de uma operação bonita e como todos nós sabemos, o trágico episódio, ocorreu o trágico episódio de 8 de janeiro. E o presidente, a quem estou representando, foi dragado para esses fatos”, declarou Vilardi.

Em sua sustentação feita no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), que retomou, nesta quarta-feira (3), o julgamento de Bolsonaro e outros sete réus, o advogado ainda afirmou que o ex-presidente não atentou contra o Estado Democrárico de Direito.

A acusação pediu a condenação de Bolsonaro e destacou seu papel central na tentativa de golpe que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, os atos começaram a ser articulados em 2021 e que as provas colhidas desde a abertura da ação penal pelo STF reforçam a responsabilidade do ex-presidente.

Entre os elementos citados estão planos apreendidos, diálogos documentados e a destruição de bens públicos. Gonet ressaltou ainda que o próprio Bolsonaro, em interrogatório, teria feito uma “clara confissão de intento antidemocrático” ao admitir que buscou alternativas para contornar decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com as quais não concordava.

Esta é a última chance dos advogados do ex-presidente de apresentarem argumentos pela absolvição ou redução da pena de Bolsonaro antes do julgamento.

Após as sustentações orais de todas as defesas, iniciam-se os votos dos ministros, que devem começam na próxima sessão, na terça-feira (9).

JSampaio

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