A paixão pela Polícia Militar faz com que a soldado Cláudia Maria Moreira Cunha de Souza vista sua farda e saia de casa todos os dias, há 20 anos, com o desejo de proporcionar paz nas ruas. O amor incondicional pelos filhos fez com que ao longo desse período ela tivesse a certeza de que cada momento de risco ou de cansaço do trabalho é recompensado com o expediente de mãe que ela tem que exercer em casa. “Ser mãe é ato de amor e responsabilidade”, declara.
Soldado Cláudia conta que desde muito nova tinha o sonho de seguir carreira de policial. Há exatos 20 anos, ela conseguiu ingressar na segunda turma feminina da Polícia Militar e, de lá para cá, tornou-se uma das referências. “Sempre trabalhei na rua, atuando até como motorista de viatura. Fiz cursos no Batalhão de Operações Especiais aqui do Rio Grande do Norte, bem como no do Rio de Janeiro”, revela.
A policial trabalhou durante 13 anos na Companhia Feminina. Depois, passou cinco anos no BOPE e, atualmente, faz parte do Batalhão de Choque (BPChoque), sendo uma das três mulheres daquela corporação. Mãe de três filhos, sendo uma mulher de 25 anos e dois homens, um de 18 e outro de 15 anos, ela afirma que não foi fácil conciliar as duas atividades, mas nunca pensou em desistir.
"Eu costumo dizer que meu expediente de mãe é muito mais cansativo do que o de policial. No entanto, essa é minha maior responsabilidade e fico feliz por ter conseguido criar meus filhos de maneira digna e proporcionar uma boa educação para eles. Agora, espero poder acompanhar o crescimento dos meus netos”, destaca a soldado Cláudia, que já tem um neto de dois anos.
Ela lembra que o grande desafio de ser mãe e ser policial é saber separar as duas coisas. “É claro que com o passar do tempo a gente vai amadurecendo e vendo que estamos sujeitos a situações de risco que podem interferir diretamente na criação dos filhos. Mas, nunca deixei que isso me atrapalhasse como policial. Sempre que vou para rua e tenho que realizar alguma abordagem eu me desligo do mundo externo e mantenho o foco na ocorrência”, completa.
Soldado Cláudia conta que os filhos ficam preocupados e constantemente estão ligando para saber se está tudo bem. Ela explica, contudo, que durante o trabalho na polícia não só a vida dela está em jogo. “Meus companheiros dependem de mim tanto quanto eu dependo deles. Então, não posso deixar a atenção fugir em nenhum minuto”.
Cláudia Maria Moreira Cunha de Souza, ou melhor, a soldado Cláudia, ainda tem mais dez anos pela frente até se aposentar da Polícia Militar. Mesmo após 20 anos e sem nenhum perspectiva de quando será promovida a Cabo, ela afirma que continua trabalhando com a mesma garra e vontade de quando entrou na PM. O mesmo ela diz em relação à família. “Minha função de mãe se renova a cada dia, até porque agora sou avó, ou seja, sou mãe duas vezes”.
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