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Na
madrugada da última segunda-feira, dia 06, 32 detentos escaparam da
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, através de túneis
ligando o interior do Pavilhão 2 à área externa do local. Em virtude
dessa fuga, o titular da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania
(Sejuc), Edilson França, disse que iria abrir uma sindicância para
apurar se houve facilitação, por parte dos Policiais Militares que
estavam de serviço nas guaritas, tendo em vista que o final do túnel
ficava próximo à guarita 02.
O presidente da Associação de Cabos e
Soldados da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (ACSPM/RN), Roberto
Campos, visitou na manhã desta terça-feira, dia 07, toda a área externa
do presídio e as condições das guaritas. “Depois dessa visita apenas a
constatação do que já era claro: a situação de falência do sistema
prisional do estado. O local não tem a mínima condição necessária para
conter uma fuga. O secretário da Sejuc foi infeliz na colocação quanto à
sindicância, pois além de expor o PM ao constrangimento, só ressalta
ainda mais a situação crítica carcerária”, diz.
De acordo com Roberto Campos, os
problemas enfrentados começam nas guaritas. “Primeiro quem dá serviço
nas guaritas 3, 4 e 5 precisa caminhar cerca de 1km em solo de difícil
locomoção, sozinho e sem iluminação. Os PMs que ficam na guarita 2,
convivem diariamente com a fedentina causada por um esgoto a céu aberto
abaixo do local. Ao invés de trabalhar 3 horas para descansar 6, o
policial só tem a metade das horas de descanso e quando vai repousar no
local de trabalho, só conta com um colchão inadequado, além de não
possuir em mãos armas não-letais”, desabafa o presidente da ACSPM/RN.
Ainda segundo Roberto Campos, mesmo
trabalhando com condições precárias, a categoria faz o melhor que pode
para garantir a segurança da população. “O secretário da Sejuc deveria
está trabalhando em conjunto com a Polícia Militar para melhorar o
sistema carcerário, encontrar soluções e resoluções ao invés de apontar
os PMs como culpados de um sistema falido.”
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