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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O que o governo mais teme

delacao_1Dá-se como certo na Praça dos Três Poderes, em Brasília, que o sigilo em torno da delação dos 77 executivos da construtora Odebrecht será suspenso antes do carnaval – ou, de preferência, na semana pré-carnavalesca.
Assim, o barulho em torno do que afinal se tornará conhecido – quem sabe? –poderá acabar abafado pelo som das baterias das escolas de samba, dos trios-elétricos e dos instrumentos de sopro do frevo.
A romper-se o sigilo, o governo e os alvos da delação preferem que isso se dê de uma vez só e por completo. Imaginam que os efeitos de uma metralhadora giratória provocarão menos danos do que disparos esparsos.
Dito de outra maneira: melhor que todos sejam atingidos de uma vez do que poucos de vez em quando.
Caberá ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pedir a quebra do sigilo. E ao novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, atendê-lo ou não.
Por Ricardo Noblat
R. Pires

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