Dá-se
como certo na Praça dos Três Poderes, em Brasília, que o sigilo em
torno da delação dos 77 executivos da construtora Odebrecht será
suspenso antes do carnaval – ou, de preferência, na semana
pré-carnavalesca.
Assim, o barulho em torno do que afinal se tornará conhecido – quem
sabe? –poderá acabar abafado pelo som das baterias das escolas de samba,
dos trios-elétricos e dos instrumentos de sopro do frevo.
A romper-se o sigilo, o governo e os alvos da delação preferem que
isso se dê de uma vez só e por completo. Imaginam que os efeitos de uma
metralhadora giratória provocarão menos danos do que disparos esparsos.
Dito de outra maneira: melhor que todos sejam atingidos de uma vez do que poucos de vez em quando.
Caberá ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pedir a
quebra do sigilo. E ao novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal, atendê-lo ou não.
Por Ricardo NoblatR. Pires
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