“Se Flávio Rocha quiser se agregar à equipe, será muito bem-vindo”, afirma Bolsonaro
EXAME conversou com o pré-candidato Jair Bolsonaro,
deputado pelo Rio de Janeiro, sobre encontros que ele têm mantido como o
empresário Flávio Rocha, presidente da rede de lojas Riachuelo. Rocha
está à frente de um movimento de participação de empresários na política
chamado Brasil 200 (alusão aos 200 anos de independência que o país
completará em 2022).
Segundo a versão online do jornal Folha de S.Paulo,
num debate realizado ontem pela associação empresarial Lide (fundada
pelo prefeito de São Paulo, João Doria), Rocha teria se referido a
Bolsonaro como um candidato de ideias econômicas de “esquerda” e
“estatizante, antes de mais nada.”
Apesar disso, segundo EXAME apurou,
Bolsonaro estaria aberto a fazer uma dobradinha com Flávio Rocha para a
campanha presidencial de 2018. Abaixo, o que diz Bolsonaro (procurado,
Flávio Rocha ainda não se manifestou):
O senhor convidou Flávio Rocha para ser seu vice?
Conversei com ele por três horas há mais ou
menos 30 dias, mas não discutimos esse assunto. Gosto muito do Flávio
Rocha. Ele é liberal na economia, é a minha posição também, mas não
tocamos no assunto da candidatura. Se ele tem interesse eu desconheço. O
Flávio está indo muito bem na mídia, esteve no Pânico (programa da
rádio Jovem Pan). Acho que o Flávio Rocha é uma opção até para ser
candidato a presidente. Ele tem bagagem para isso: foi deputado por dois
mandatos, já tentou a presidência, é empresário bem-sucedido, tem uma
ideia bastante clara da economia, uma posição que eu apoio
integralmente. É uma pessoa que, ao meu entender, só pela disposição de
falar, com o site Brasil 200, mostra que está preocupado com o Brasil
como um todo, não apenas com a empresa dele.
O senhor gostaria de construir um projeto junto com ele?
Sou o candidato mais pobre dessa turma, nem
partido tenho ainda. Eu estou sozinho nessa briga, estou com o povo,
coisa que os outros não têm. Mas pode ter certeza que, nas próximas
semanas, ganhando corpo essa possibilidade, a gente vai começar a trazer
pessoas e, se o Flávio Rocha quiser se agregar à equipe, será muito
bem-vindo. Sei que parte da empresa dele está indo para o Paraguai, sei
que o Flávio não quer isso, mas precisa diminuir o custo Brasil. Não é
só o problema dos impostos. A questão é que o Brasil tem muita norma,
muita burocracia para ser empreendedor, para fazer negócio. Temos que
mudar isso aí. Para vender biscoito aqui na praia, você tem que carregar
um caminhão de papel.
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