No segundo ano do governo Lula, o número de mortes violentas de policiais — militares e civis — no Brasil teve um aumento expressivo de 33,8%, passando de 127 em 2023 para 170 em 2024. O fenômeno não se restringiu a homicídios. As ocorrências de suicídio entre esses profissionais também reagiram, com uma alta de 6,8%, de 118 casos para 126. Com isso, o total de mortes (violenţas e por suicídio) se aproximou de 300, configurando um crescimento acumulado de 28,8% em relação ao ano anterior .
As diferenças regionais foram marcantes: enquanto a média nacional é de 0,3 mortes por mil policiais ativos, vários estados superaram esse patamar com folga — Rio de Janeiro e Tocantins, por exemplo, chegaram a 1,1; Pará, a 0,8; e Ceará, 0,5. Em termos de evolução percentual entre 2023 e 2024, Minas Gerais registrou a maior alta (200%), seguido por Alagoas e Piauí (100%), Ceará (33,3%), Bahia (22,2%) e São Paulo (10,3%) .
Especialistas ouvidos no levantamento associaram parte dessa escalada à percepção de um “ataque institucional” às polícias por parte do governo federal, com restrições crescentes à atuação dos agentes — como limitações às câmeras corporais e audiências de custódia que, na visão desses analistas, diminuem a eficácia preventiva da ação policial e podem expor os profissionais a mais riscos. Além disso, o estresse crônico, a sobrecarga de turnos, a falta de apoio psicológico e a precariedade das condições de trabalho agravam tanto os episódios de violência quanto os de suicídio entre os policiais
Gazeta do Povo
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