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sexta-feira, 8 de julho de 2022

Ex-repórter, diretor de presídio mora em cadeia no RN; "Aqui é meu palácio".

 



Todos os dias, entre o fim da tarde e início da noite, Márcio do Carmo de Morais, 44, entra no seu quarto para descansar. Pequeno e de paredes brancas, o espaço abriga geladeira, ar-condicionado, armário, TV e uma cama de solteiro. “Aqui é meu palácio”, diz.

À primeira vista, o espaço lembra uma quitinete.

Entretanto, basta colocar os pés do lado de fora para notar que o endereço é outro: a Penitenciária Agrícola Dr. Mário Negócio, cravada na área rural de Mossoró (RN).

No pavilhão onde estão os detentos, um burburinho corria entre as grades na segunda (4), quando o TAB esteve por lá. A voz de Morais se impõe. Com 1,65 m e bochechas coradas, diz alto a palavra-chave:

“Procedimento”. De imediato, os presos se sentam e levam as mãos à cabeça. Na saída, dá a ordem para liberá-los (“à vontade!”), todos se levantam e seguem com suas rotinas dentro dos cubículos. “O silêncio reina”, relata.

Ao lado do quarto de Morais ficam celas antigas, desativadas. À frente, uma área administrativa. Desde setembro de 2019, ele é o diretor da penitenciária de 600 hectares e hoje tem 619 detentos sob sua tutela.

Antes de ocupar o cargo — e de passar sua semana dormindo no mesmo prédio em que os presos —, ele passou parte da vida em redações de jornal.

GRUPO CIDADÃO

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