
O ex-senador José Agripino (União Brasil) voltou a defender que uma pesquisa de intenção de voto seja o critério para escolha do candidato da oposição ao governo do Rio Grande do Norte em 2026. Em recente encontro com o senador Rogério Marinho (PL), do qual também participaram o prefeito de Natal, Paulinho Freire, a primeira-dama Nina Souza e o deputado federal Benes Leocádio, Agripino sustentou a tese de que a decisão deve passar exclusivamente pelos números.
No entanto, a história política potiguar mostra que esse método já se provou falho. Um exemplo emblemático foi a última eleição municipal em Natal. À época, Carlos Eduardo Alves liderava todas as pesquisas e era apontado como favorito absoluto. Já Paulinho Freire surgia com apenas 5% das intenções de voto. Mas um fator mudou completamente o cenário: o apoio decisivo do então prefeito Álvaro Dias, que apostou todas as fichas em Paulinho e declarou com convicção que, com seu apoio, ele venceria — mesmo começando atrás.
A profecia de Álvaro, que é candidato a governador, se concretizou. Paulinho virou o jogo, cresceu rapidamente e venceu a disputa, mostrando que liderança política, estrutura e articulação ainda têm mais peso do que números frios de pesquisas iniciais.
Mesmo assim, José Agripino parece não ter assimilado a lição. Ao insistir que uma simples sondagem eleitoral deva definir o cabeça de chapa da oposição, desconsidera variáveis fundamentais da política, como construção de alianças, tempo de campanha, engajamento de lideranças e sentimento das ruas — todos fatores ignorados por gráficos e estatísticas.
A visão pragmática e confiante de Álvaro Dias segue como um contraponto atual e relevante a essa lógica numérica. Em política, pesquisa pode indicar, mas não determina. E a eleição de Paulinho Freire é a prova viva disso.
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