O ex-presidente Michel Temer (MDB), que chegou a ser preso em 2019 no âmbito da Operação Lava Jato, agora atua como articulador político em defesa de um projeto que pode reduzir penas de envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro. Temer recebeu em sua casa, em São Paulo, na quinta-feira (18), os deputados federais Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e Aécio Neves (PSDB), além da participação virtual do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A proposta discutida no encontro, antes chamada de “PL da Anistia” e agora apelidada de “PL da Dosimetria”, pretende suavizar punições e já foi defendida por Temer como um “pacto republicano”. Segundo Paulinho, o objetivo seria “pacificar o Brasil”.
O novo formato — reduzir penas em vez de anistiar — foi destacado por Aécio Neves como uma forma de não confrontar diretamente o Supremo Tribunal Federal (STF), que já se manifestou contra o perdão a crimes contra o Estado Democrático de Direito.
A iniciativa pode abrir brecha para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados condenados por participação na trama golpista. O texto relatado por Paulinho tramita em regime de “urgência urgentíssima”, acelerando a análise na Câmara.
Críticos apontam a contradição de ver um ex-presidente que já foi preso por corrupção agora se colocando como fiador de uma proposta que, na prática, pode aliviar a situação de políticos e militantes condenados por atacar a democracia.
RPires
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