Os servidores da saúde do Rio Grande do Norte irão deflagrar greve a partir desta quarta-feira (27). A primeira mobilização deve ocorrer às 9h, em frente ao Hospital Walfredo Gurgel.
O Sindsaúde/RN reivindica a atualização do Plano de Cargos (PCCR) das categorias e a reposição de perdas salariais, além de outras melhorias nas condições de trabalho. A governadora Fátima Bezerra recebe a direção do sindicato nesta quinta-feira (28) para negociar com os trabalhadores.
Segundo Breno Abott, coordenador geral do Sindsaúde, a greve segue por tempo indeterminado, sendo respeitado o quantitativo de 30% dos servidores em exercício de suas atividades, para garantir o funcionamento do serviço público de saúde. O indicativo inicial da paralisação ocorreu em ato realizado em frente à Governadoria, após aprovação da categoria, na terça-feira passada (19).
Entre as principais reivindicações cobradas pelo sindicato, estão a apresentação do impacto financeiro do Plano de Cargos (PCCR) das categorias, aspecto essencial para a progressão de carreira, e a reposição das perdas salariais da saúde, que não acontece há doze anos. Abott explica que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) analisou a situação dos servidores em um estudo que já está com o governo, onde recomendou essa correção de valor nos salários.
“Estamos nessa luta porque o governo não nos recebeu durante todo esse tempo. Vários sindicatos foram recebidos, mas pedimos audiência desde maio, e precisamos realizar um ato na Governadoria para conseguir uma reunião.
Geralmente, negociamos nossas reivindicações no início do ano. Amanhã estaremos no Walfredo Gurgel iniciando nossa greve e na quinta-feira vamos nos reunir com a governadora Fátima”, diz.
O Sindsaúde também reivindica produtividade justa para suas categorias e melhora nas condições de trabalho nos hospitais. Outro ponto defendido é a isonomia no ponto eletrônico para todas as categorias da saúde, com a implementação de comprovante impresso para os servidores.
“O Ministério Público cobra a Secretaria de Estado da Saúde Pública em relação ao ponto eletrônico, mas lugares como o Hospital Giselda Trigueiro nem adotam esse sistema. O nosso pedido é que o ponto seja aplicado para todos, de forma isonômica. Não podemos aceitar uma categoria dizer que não vai bater ponto, e isso ser exigido e cobrado de outras categorias”, explica o coordenador.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) esclarece que tem recebido o sindicato em diferentes situações, e busca, na medida do possível, atendê-los. No entanto, apontam que existem reivindicações que necessitam de aprovações em outras instâncias, como a atualização no Plano de Cargos (PCCR). A reportagem entrou em contato com a Governadoria, mas não recebeu resposta até o momento da publicação da matéria.