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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Militares revelaram ressentimento com Rogério Marinho por ser contrário a golpe, diz relatório da PF

 

Anotações encontradas pela Polícia Federal (PF) revelaram tensões entre a ala militar do bolsonarismo e o senador Rogério Marinho (PL-RN), atual líder da oposição no Senado. Os registros, parte das investigações relacionadas à delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, destacam um “ressentimento com a parte política da direita”, especificamente direcionado a Marinho. As informações foram publicadas nesta quarta-feira (27) pela coluna de Paulo Capelli no portal Metrópoles.

De acordo com interlocutores, militares mais radicais ficaram insatisfeitos com Marinho por sua postura contrária a iniciativas que buscavam uma ruptura democrática. O parlamentar teria tentado convencer o círculo de Bolsonaro a adotar uma abordagem mais moderada e aguardar a possibilidade de retorno ao poder em 2026 por meio de eleições.

As anotações da delação

As informações foram extraídas de um papel apreendido pela PF, contendo mensagens de Mauro Cid direcionadas ao general Braga Netto. Entre os pontos anotados, destacam-se:

• Questionamentos sobre o general Mario Fernandes, preso sob suspeita de envolvimento em planos contra o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes.

• Críticas a Alexandre de Moraes, descrito como “birrento”, por sua suposta resistência em liberar Sérgio Cordeiro, ex-assessor de Bolsonaro.

• A referência ao ressentimento da ala militar com Rogério Marinho.

• Perguntas sobre Flávio Bolsonaro, com indicação de que houve um “alívio” em relação a ele.

• Defesa do general Braga Netto, apontado como não golpista e interessado em garantir a transparência das urnas.

Contexto

A delação de Mauro Cid tem revelado informações sensíveis sobre as movimentações internas no entorno de Bolsonaro, incluindo tentativas de influenciar ações políticas e estratégias do governo anterior. As anotações reforçam a tensão entre civis e militares no núcleo bolsonarista, além de evidenciar os desdobramentos do comportamento da direita após a derrota nas eleições de 2022.

Essas revelações colocam Rogério Marinho em uma posição delicada, ao mesmo tempo em que destacam sua tentativa de manter uma postura mais moderada em meio às pressões por iniciativas extremistas.

RPires

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