A gestão do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) vai gastar mais de R$ 65 milhões com a contratação de 1.060 trabalhadores terceirizados, que serão distribuídos em 14 secretarias municipais por meio da empresa Servnews Gestão e Locação de Mão de Obra.
O contingente se somará aos cerca de 1.000 cargos comissionados já existentes, formando um verdadeiro exército de mais de 2 mil pessoas vinculadas direta ou indiretamente à administração municipal — um número que deve ter peso político relevante nas eleições de 2026, quando Allyson deve disputar o Governo do Estado.
Na prática, o prefeito repete um modelo antigo de poder local: o uso de cargos terceirizados e comissionados como instrumento de apoio político-eleitoral. Em períodos de campanha, é comum que quem não “vista a camisa” seja simplesmente afastado.
Mais do que um movimento político, o cenário preocupa do ponto de vista fiscal. O município já enfrenta sinais de desequilíbrio nas contas, e o volume crescente de gastos com pessoal amplia o risco de insolvência financeira.
Nos últimos quatro anos, o rombo nas finanças de Mossoró teria saltado de R$ 233 milhões para mais de R$ 600 milhões, segundo dados de acompanhamento contábil. A tendência é de agravamento, já que o prefeito parece disposto a ampliar despesas para sustentar um projeto eleitoral mais ambicioso.
Se nada for feito, Mossoró pode se tornar um exemplo emblemático de como a política local — e o uso excessivo da máquina pública — pode comprometer o equilíbrio financeiro de um município.
RPires
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