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01/05/2011 -
DIA DO TRABALHO: DIAS DE LUTA:
No ano de 1886, precisamente no dia 1º de maio, em Chicago, nos Estados Unidos da América os trabalhadores reivindicavam melhorias nas condições de trabalho e principalmente, redução da jornada que era sobre-humana, luta esta que culminou com uma greve geral.
Três dias depois do ocorrido, as manifestações ainda continuavam, e um confronto entre policiais e trabalhadores resultou na morte de sete policiais e doze operários, além de dezenas de operários feridos á bala pelos policiais. Este fato teve repercussão mundial, de forma que em 20 de junho de 1889, a segunda internacional socialista, na frança, instituiu o dia primeiro de maio como sendo o dia do trabalho, em memória do acontecimento acima relatado.
Essa data passou a ser entendida como dia mundial do trabalho, o que se comemora até os dias atuais.
Foi também no dia primeiro de maio de 1940, que o presidente da república do Brasil, na época, Getúlio Vargas, criou o salário mínimo, que seria um valor suficiente para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro membros, em saúde, educação, vestuário, alimentação, moradia e lazer. Também em primeiro de maio de 1941, foi criada no Brasil, a justiça do trabalho, com o fim de auxiliar ao trabalhador na sua relação, sempre conflituosa com os patrões capitalistas.
Hoje, decorridos anos dessas conquistas, o trabalhador brasileiro não tem muito que comemorar. O salário mínimo não dá para suprir as necessidades, sequer de um trabalhador, a justiça, seja do trabalho, seja de outros setores, deixa muito a desejar, e o governo não respeita o trabalhador e muito menos a sua família.
Nós, trabalhadores da segurança pública, somos ainda mais massacrados. Exercendo profissão de risco, morrendo diariamente pela vida e pelo patrimônio de outros, não estamos conseguindo se quer alimentar nossa família com dignidade.
O estado do Rio Grande do Norte paga um dos piores salários de policia do país, e a policia militar recebe o menor salário de segurança do estado. Por esta razão, não se pensa mais em fazer profissão de policia, os soldados recém contratados, já estão almejando sair para outra área, o que prejudica muito o trabalho e a relação profissional. Como se não bastasse à questão de salários, ainda pesa o fato de não termos um plano de carreira sério, pois, colegas passam 30 anos na força policial e vão para a reserva como soldados, sem nenhuma promoção ou curso de graduação.
O governo atual, que completa nesse primeiro de maio, 121 dias de gestão, tem se comportado da pior forma possível, pois se quer recebeu até o momento a categoria para um diálogo sobre reposição salarial ou reestruturação da política de carreira e salário. Enquanto isso o crime avança, a sociedade clama, os policiais morrem em confronto por limitações na formação e nos equipamentos,e ainda tem que ouvir o governo dizer que é prudente.
O que comemorar os quatrocentos soldados que estão há quatro meses formados, colocando suas vidas em risco diário sem receber seus vencimentos?
O que comemorar os cento e tantos alunos soldados que estão no interior do estado em centros de formação precários sem receber um centavo de soldo para se alimentarem e se deslocarem até esses centros de formação?
A não ser que queiram, ao invés de comemorar o primeiro de maio, comemorar o primeiro desmaio, pois no que conheço desses cursos de formação,o treinamento físico é à base da grade curricular proposta.
Isso não tem outro nome: é falta de respeito, por parte do governo do Estado.
Mas voltando a questão da data, não se pode conceber que o trabalhador de segurança pública, que é o principal envolvido no processo, ainda não participe da elaboração das políticas públicas de segurança. Assim não dá para comemorar.
Muitos entram e saem da corporação e não conseguem uma casa pra acomodar seus filhos e esposa com dignidade. São assim obrigados a morarem em favelas, dividindo espaço com marginais e muitas vezes, por conveniência, sendo coniventes com práticas criminosas, pela integridade física sua e de sua família.
Estamos assistindo políticos e governantes transformarem a nossa luta por dignidade em bandeira de campanha. Outros duelam e dividem a categoria buscando realização pessoal, projetos individuais e espaço político para defenderem apenas suas contas bancárias e seu fraco ego, no desejo de pseudo-poder. Algo transitório e muitas vezes imoral.
Que nesse dia dedicado ao trabalhador, cada um de nós façamos uma reflexão do poder que temos, e ergamos a nossa bandeira de luta por dias melhores, respeito, dignidade, e acima de tudo segurança, pois, paradoxalmente ao que se possa imaginar, A POLICIA DO RIO GRANDE DO NORTE PEDE SOCORRO.
DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO
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