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terça-feira, 12 de julho de 2011

Desabafo de um PM do 10º BPM

Quando entrei nos quadros da Polícia Militar, a situação era por demais precária. Trabalhava na escala 24h por 24h folga e ficava 3 horas de pé na área bancaria de Assú com o armamento bem inferior aos bandidos da época.


Viaturas sem a menor condição de uso, com o piso totalmente esburacado devido ao tempo de serviço, mas mesmo assim funcionando. Isso tudo graças a dedicação do Soldado mecânico, que teve sua imagem covardemente divulgada para todo Brasil, saindo como ladrão de combustível. O mesmo passa a maior parte de sua folga consertando o que o Estado não faz, para que a sociedade assuense não padeça nas mãos dos tantos bandidos que aqui rondam.

Passávamos horas na área bancária da cidade e almoçávamos sentados no chão, no estacionamento do Banco do Brasil, sem falar da péssima qualidade da alimentação "oferecida" a nós. Nunca apareceu um membro do Ministério Público para fiscalizar nossa situação, porém, para transformar a imagem de um Batalhão de homens honrados e dignos em "Batalhão Mall", expressão com duplo sentido, foi utilizado equipamentos modernos e sigilo absoluto.

Bastaria que a nossa 2ª Seção contasse com as condições adequadas para o funcionamento, como uma viatura com o "chip" de abastecimento, ou será que quem fez as "assustadoras" imagens já não sabia como funciona as Polícias Militares do Brasil?

Fico me perguntando: Será que é "apenas" para tentar legalizar atos considerados ilícitos de policiais, ou existe algo obscuro com pretenções de denegrir a imagem de toda uma instituição logo agora?

Por que será que os Promotores de Justiça consideraram a ilegalidade do desfio de função da PM em benefício dos Agentes Penitenciários legal?

Obs.: Sinto inveja da professora Amanda Gurgel, que pôde mostrar sua cara e defender seus pares.
Carta enviada anônimamente ao blog.

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