Polícias iniciam movimentos: CE
Publicado em 3 de julho de 2011
Polícia Civil iniciou ontem pela manhã uma greve geral da categoria e mantinha somente cinco delegacias de plantão na Capital
KID JÚNIOR
Nariz de palhaço: manifestantes reivindicavam concursos públicos, melhorias no salário e assistência à saúde e aprovação de projeto de lei de combate a assédio moral no trabalho
KID JÚNIOR
A ´Caminhada da Insatisfação´, com outros servidores públicos, marcou o início da greve da Polícia Civil
Delegacias com efetivo mínimo de policiais civis e, ao mesmo tempo, superlotadas de ocorrências. Esta promete ser a realidade do fim de semana na Grande Fortaleza. Iniciada a greve dos policiais civis, no início da manhã de ontem, apenas cinco delegacias estavam funcionando durante o dia. Em Fortaleza, o 5º DP (Parangaba), o 12º DP (Conjunto Ceará), Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Na região metropolitana, apenas a Delegacia de Caucaia.
No começo da tarde de ontem, teve início também um movimento dos policiais militares denominado ´Tolerância Zero´. "A ideia é levar toda e qualquer ocorrência para as delegacias, desde as mais simples até as mais complexas. Vamos cumprir a lei ao pé da letra", explicou o capitão Wagner Sousa, da Associação dos Profissionais de Segurança Pública do Estado do Ceará. Segundo ele, o objetivo principal é "chamar a atenção da população e do Governo para os problemas enfrentados pelos policiais militares no Ceará".
Segundo ele, toda a PM está envolvida no movimento. "Policiais do Batalhão de Choque, Ronda do Quarteirão e Policiamento Geral Ostensivo (POG) todos estão participando". Pedro Queiroz, presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros (Aspramece), aposta na adesão total da categoria. "Distribuímos cartazes e panfletos por todas as unidades militares", revela. A operação também está tendo repercussão em sites de relacionamento como Orkut, Facebook e Twitter, com postagens durante toda a sexta-feira (1º), que continuaram ontem.
Caminhada
Ontem pela manhã, policiais civis, militares e peritos - que também estão em greve - participaram da ´Caminhada da Insatisfação´, que marcou o encontro de todos os movimentos. Servidores públicos estaduais se reuniram na Avenida da Universidade, com faixas e cartazes de protesto, e saíram em caminhada até a Praça do Ferreira. O grupo parou o trânsito da avenida em duas faixas no momento da saída, às 9h30.
A caminhada, coordenada pelo Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais do Ceará (Fuaspec), trazia como pautas principais a realização imediata de concursos públicos e reestruturação das tabelas salariais. "Repudiamos a falta de respeito do governo para com os servidores públicos civis e militares, tendo em vista que a promessa do próprio governo, de receber as categorias, não vem sendo cumprida", disse Rita Galvão, coordenadora do Fuaspec.
Apoio
O deputado Heitor Férrer (PDT) esteve na concentração da caminhada e defendeu a realização de concursos públicos. "O Ceará tem, hoje, 2000 policiais civis. Para se ter ideia de quanto é pouco, em Pernambuco, existem 7000 policiais civis. Sem policiais civis, não temos inquéritos, investigações, processos e tudo isso resulta na impunidade. Todo crime aqui é de autoria desconhecida", avaliou. O deputado ressaltou, ainda, outra grave situação. "O nosso Estado também tem, proporcionalmente, o maior déficit de agentes prisionais e presídios superlotados. Como se pode pensar em ressocialização de presos? Precisamos de, pelo menos, mais 1500 agentes para atender à demanda", apontou o deputado estadual, acescentando que "as reivindicações das categorias são legítimas e para o bem da sociedade".
Inês Romero, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado, apontou outros problemas. "Na realidade atual, temos delegacias superlotadas de presos e policiais civis saindo de suas funções para serem carcereiros. Não existe investigação, que é o trabalho do policial civil. As pessoas, hoje, fazem o Boletim de Ocorrência que não serve para nada. Antigamente, os boletins eram distribuídos para os policiais analisarem, investigarem o que fosse preciso. As pessoas podiam esperar um retorno da Polícia Civil".
Greve
5 delegacias funcionarão no domingo: 7º DP (Pirambu), 30º DP (Conjunto São Cristóvão), DCA, Delegacia da Mulher e a Metropolitana de Maracanaú
NATHÁLIA LOBO
SUBEDITORA DE POLÍCIA
Delegacias com efetivo mínimo de policiais civis e, ao mesmo tempo, superlotadas de ocorrências. Esta promete ser a realidade do fim de semana na Grande Fortaleza. Iniciada a greve dos policiais civis, no início da manhã de ontem, apenas cinco delegacias estavam funcionando durante o dia. Em Fortaleza, o 5º DP (Parangaba), o 12º DP (Conjunto Ceará), Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Na região metropolitana, apenas a Delegacia de Caucaia.
No começo da tarde de ontem, teve início também um movimento dos policiais militares denominado ´Tolerância Zero´. "A ideia é levar toda e qualquer ocorrência para as delegacias, desde as mais simples até as mais complexas. Vamos cumprir a lei ao pé da letra", explicou o capitão Wagner Sousa, da Associação dos Profissionais de Segurança Pública do Estado do Ceará. Segundo ele, o objetivo principal é "chamar a atenção da população e do Governo para os problemas enfrentados pelos policiais militares no Ceará".
Segundo ele, toda a PM está envolvida no movimento. "Policiais do Batalhão de Choque, Ronda do Quarteirão e Policiamento Geral Ostensivo (POG) todos estão participando". Pedro Queiroz, presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros (Aspramece), aposta na adesão total da categoria. "Distribuímos cartazes e panfletos por todas as unidades militares", revela. A operação também está tendo repercussão em sites de relacionamento como Orkut, Facebook e Twitter, com postagens durante toda a sexta-feira (1º), que continuaram ontem.
Caminhada
Ontem pela manhã, policiais civis, militares e peritos - que também estão em greve - participaram da ´Caminhada da Insatisfação´, que marcou o encontro de todos os movimentos. Servidores públicos estaduais se reuniram na Avenida da Universidade, com faixas e cartazes de protesto, e saíram em caminhada até a Praça do Ferreira. O grupo parou o trânsito da avenida em duas faixas no momento da saída, às 9h30.
A caminhada, coordenada pelo Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais do Ceará (Fuaspec), trazia como pautas principais a realização imediata de concursos públicos e reestruturação das tabelas salariais. "Repudiamos a falta de respeito do governo para com os servidores públicos civis e militares, tendo em vista que a promessa do próprio governo, de receber as categorias, não vem sendo cumprida", disse Rita Galvão, coordenadora do Fuaspec.
Apoio
O deputado Heitor Férrer (PDT) esteve na concentração da caminhada e defendeu a realização de concursos públicos. "O Ceará tem, hoje, 2000 policiais civis. Para se ter ideia de quanto é pouco, em Pernambuco, existem 7000 policiais civis. Sem policiais civis, não temos inquéritos, investigações, processos e tudo isso resulta na impunidade. Todo crime aqui é de autoria desconhecida", avaliou. O deputado ressaltou, ainda, outra grave situação. "O nosso Estado também tem, proporcionalmente, o maior déficit de agentes prisionais e presídios superlotados. Como se pode pensar em ressocialização de presos? Precisamos de, pelo menos, mais 1500 agentes para atender à demanda", apontou o deputado estadual, acescentando que "as reivindicações das categorias são legítimas e para o bem da sociedade".
Inês Romero, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado, apontou outros problemas. "Na realidade atual, temos delegacias superlotadas de presos e policiais civis saindo de suas funções para serem carcereiros. Não existe investigação, que é o trabalho do policial civil. As pessoas, hoje, fazem o Boletim de Ocorrência que não serve para nada. Antigamente, os boletins eram distribuídos para os policiais analisarem, investigarem o que fosse preciso. As pessoas podiam esperar um retorno da Polícia Civil".
Greve
5 delegacias funcionarão no domingo: 7º DP (Pirambu), 30º DP (Conjunto São Cristóvão), DCA, Delegacia da Mulher e a Metropolitana de Maracanaú
NATHÁLIA LOBO
SUBEDITORA DE POLÍCIA
Diariodonordeste
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