DESABAFO DE UM PROFESSOR
Sou PROFESSOR, há trinta e seis anos, sempre lecionei na rede pública de ensino do Estado do Rio Grande do Norte. Quando estudante universitário, fui Monitor concursado no Departamento de Educação Física da UFRN, Professor de Educação Física na E. E. Prof. Anísio Teixeira em Natal, Técnico, Atleta e Diretor Técnico da Federação Norte-rio-grandense de Desportos Universitários – FNDU. Diretor Técnico e Arbitro da Federação norte-rio-grandense de Voleibol – FNV, Após minha graduação em Educação Física, convidado e indicado pela Diretora do Departamento de Educação Física e Desportos da Secretaria Estadual de Educação SEC/RN, exerci o cargo de Supervisor de Educação Física no XIV Núcleo Regional de Educação - NURE, por mais de oito anos. Posteriormente a meu pedido, fui ser professor de Educação Física na E. M. Prof. S. Bezerra, em Pau dos Ferros, onde trabalhei vários anos, Coordenei o setor de Esporte da Secretaria Municipal de Educação Cultura do município de Pau dos Ferros. Paralelo a essas atividades, era professor de Educação Física, vinculado ao curso de Pedagogia no Campus Avançado Profª Maria E. A. Maia UERN/CAMEAM. Em 2004, fui convidado e indicado para Coordenador do Curso de formação de professores de Educação Física, CEF/CAMEAM, no período de implantação de quatro novos cursos na instituição. Fui membro do Conselho de Sentença, da Comarca de Pau dos Ferros. No exercício dessas atividades, procurei zelar, honrar e respeitar essas Instituições e por isso recebi delas o mesmo respeito, cumprindo meus deveres, com responsabilidade, e ética. Sempre ao lado de minha família, acompanhei todo período da educação básica e de formação universitária dos meus dois filhos, uma difícil, mas, gratificante missão, que desempenhei com firmeza e com honra. Tive sempre ao meu lado minha esposa, como base e sustentáculo de todo esse processo. Me pós-graduei, fiz vários cursos de aperfeiçoamento, participei de congressos e recebi todas as promoções inerentes a minha carreira por mérito. Jamais sofri qualquer tipo de repreensão ou punição por qualquer tipo de comportamento que desabonasse minha conduta ou minha postura de educador, sempre fundamentado em princípios morais e éticos. Fui elogiado por meu desempenho profissional, formei como “técnico” centenas de atletas em diferentes modalidades esportivas. Trabalhei como professor de crianças, adolescentes, jovens e adultos, liderei varias delegações, por ocasião dos JOGOS ESTUDANTIS DO RIO GRANDE DO NORTE – JERN’s, na capital do estado. Coordenei esse evento várias vezes na regional de Pau dos Ferros, pois, fui seu idealizador quando era supervisor de Educação Física, no XIV NURE. Ministrei e coordenei vários cursos de treinamento e aperfeiçoamento para Leigos e profissionais de Educação Física. Não sem muito esforço e determinação, porque era ainda muito jovem. Nunca poupei esforços para contribuir, mesmo com pequena parcela, para a formação integral do nosso povo. No entanto, quero deixar bem claro, o que fiz na minha vida profissional, foi cumprir com meu dever e isso nada tem de excepcional, é isso o que faz a unanimidade dos educadores. Falo com humildade, sem orgulho, nem muito menos com intuito de me vangloriar. Não, pelo contrário, cumpri apenas com minhas obrigações e meus compromissos perante Deus e diante dos homens. Porque venho aqui, fazer esse desabafo, fazendo antes uma rápida retrospectiva de minha vida profissional? Por que considero necessário e justo. Não sinto vergonha do que sou, nem muito menos tenho vergonha do que fui muito pelo contrário, tenho consciência tranqüila de missão cumprida. Sinto, no entanto, muita tristeza, pela maneira traiçoeira e covarde como fui rotulado de: criminoso, tarado, pedófilo e outros adjetivos, por pessoas que eu considerava “amigas”, puro engano. O povo de Pau dos Ferros é um povo pobre, humilde, porém, trabalhador e honrado. Foi por ser filho dessa terra e por me identificar com essa gente, por tudo que devo aos meus conterrâneos, que abdiquei de ser professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e priorizei o município de Pau dos Ferros, para prestar modestos serviços como professor de Educação Física. Após minha graduação, voltei para essa região e daqui não sairei até que os meus restos mortais sejam conduzidos e depositados pelas mãos dos meus irmãos de Pau dos Ferros, no “mausoléu” de minha família, no cemitério São Manoel desta cidade, para ali repousar eternamente. Porém, todavia, depois de falsamente me imputarem um crime horrível, fazendo-me passar por sérias humilhações, sofrer discriminação, ameaças e tantas outras formas desumanas de tratamento, é chegado o momento de repudiar a maneira constrangedora e leviana como fui acusado de cometer um crime hediondo, que nunca cometi, “atentado violento ao pudor,” a uma criança com apenas nove anos de idade. Esperei mais de cinco anos, até que a justiça se pronunciasse a esse respeito. Sempre confiei em Deus e na verdade, continuo acreditado na justiça dos homens, pois, existem magistrados competentes e responsáveis, que não se deixam influenciar por quem quer que seja, e fazem realmente justiça, e nesse caso foi feita. É natural ao ser humano possuir profundo interesse pela vida daqueles
que o cerca. Esse fato pode ser facilmente comprovado, no entanto, a partir do momento que me acusaram de cometer esse crime bárbaro, valendo-se de artifícios, como aqueles que utilizaram em desfavor de minha pessoa, com o intuito, com o dolo de me ofender a dignidade pessoal, fazendo-me passar por constrangimentos e humilhações terríveis, me causando sérios danos, que afetaram minha moral, minha saúde e objetivamente atingindo minha honra - direito constitucional inviolável - denegriram minha imagem e o respeito que sempre tive dos meus amigos e familiares no circulo social e profissional em que sempre estive incluído, e o pior, fui escrachado perante a comunidade de Pau dos Ferros e região, dessa forma, não poderia me calar e aceitar tudo passivamente. Esse fato me prejudicou profundamente, não só a mim, como também aos meus familiares, pois, como sabemos, essa forma de acusação é bem tipificado pela lei penal e se chama “Crime Contra a Honra,”. Naquele momento, de extrema aflição e decepção que sofri, e estando convalescente de uma cirurgia, esse fato afetou o meu equilíbrio emocional e físico, denegriram publicamente minha imagem, com manchetes mentirosas, caluniosas, injuriosas, imputadas objetivamente e estampadas nos jornais que circulavam no Rio do Rio Grande do Norte, naquele momento e isso também se chama - crime plurissubsistente - Fizeram comigo o que o personagem “A Rainha de Copas” do conto de Lews Caroll - Alice no País das Maravilhas- fazia injustamente com as pessoas que supostamente a contrariava, ela dizia: “Primeiro a sentença, depois o julgamento” e mandava decapitar suas vítimas. Assim fui julgado, por boa parcela do povo de Pau dos Ferros. Me condenaram imediatamente sem me dá chance de defesa, e o veredicto foi: culpado. Pois é, a justiça divina não falha pode tardar, a dos homens foi feita. Deixo aqui apenas o meu desprezo aos que me decepcionaram não acreditando em mim, talvez isso tenha uma explicação na fraqueza do ser humano. Entrego mai uma vez tudo isso nas mãos de Deus. Agora, quero nesse momento, me dirigir aos meus familiares, que me apoiaram incondicionalmente naqueles instantes cruéis de minha vida, principalmente, minha esposa, e meus dois filhos, minha irmã Moraizinha e seus dois filhos, meus sobrinhos, um beijo no coração de todos. Aos meus amigos, e a todas as pessoas de bem de Pau dos Ferros e região, que são muitas, aos colegas professores, principalmente os da UERN, que em mim confiaram, pois, sabiam que eu não era um criminoso, agradeço penhoradamente a todos. Aos meus ex-alunos que me abraçaram, pois, conheciam o meu caráter, ao Magnífico reitor da UERN, prof. Milton Marques, à Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – ADUERN, que se colocaram ao meu inteiro dispor para qualquer necessidade que eu tivesse com relação a apoio jurídico e outros, e a tantas e tantas outras pessoas honestas e responsáveis de Pau dos Ferros e região, os meus mais sinceros agradecimentos, a minha eterna gratidão. Acima de tudo isso, agradeço a Deus, que me deu forças, para tolerar, para suportar e continua me motivando, para superar o trauma de tamanha provação, conseqüência desses fatos. Peço todos os dias de todo coração, que Deus ilumine e proteja todas as pessoas de bem de minha querida Pau dos Ferros, até mesmo os que me ofenderam profundamente e mutilaram minha alma, não desejo mau nenhum a eles e elas, apenas que recebam em vida o que merecem. Depois de tudo que passei, não sou mais tão otimista como sempre fui, pois, não consigo continuar a acreditar no ser humano no aspecto de: racionalidade, civilidade, sensibilidade, compreensão, e cordialidade. Acredito sim, na possibilidade de mantermos sob controle o homem das cavernas que no fundo está arraigado entre nós. No entanto, por tudo isso, as cicatrizes das humilhações que sofri e continuo sofrendo todos os dias a mais de cinco anos, ficarão com certeza, para sempre em minha memória. Finalizo dizendo: “em nenhum momento que passei, tive medo de perder a vida, tenho sim, pavor, só em pensar em perder a honra”
Prof. Norumberg Morais Monte
Pau dos Ferros, 2012-01-17
Oi professor, tudo bem ?
ResponderExcluirLi seu depoimento, e venho, através deste, pedir-lhe que nos ajude; em Vila Velha, no Espírito Santo, está acontecendo a mesma injustiça com um amigo, uma pessoa muito querida por todos que o cercam, inclusive, é seu colega de profissão. Gostaria que vc fizesse contato comigo, para que também possa entrar nesta peleja e nos ajudar. Desde já, grato por sua compreensão e colaboração. Contamos contigo!!!
pedrovereza@hotmail.com
se puder, de uma olhada no facebook para entender melhor o caso e, principalmente, conhecer mais sobre esta pessoa tão especial que está sendo muito prejudicada.
http://www.facebook.com/groups/234661929962356/