Cabo Jeoas esteve todo momento ao lado de nossos irmãos Policiais Militares do Pará, na frente das Negociações
Mesmo com informações da movimentação nos quartéis, o estado de greve  de parte da Polícia Militar do Pará surpreendeu o governo que apostava num  acordo logo após apresentar a proposta de reajuste. A aposta no sucesso da  negociação vinha não apenas da confiança de que os números apresentados seriam  convincentes, mas das dificuldades que os policiais encontram para se mobilizar  e para realizar uma greve, já que o código de conduta da categoria é severo e  prevê penas disciplinares e penais em caso de paralisação. A última greve da PM  no Estado ocorreu em 1997, durante o governo de Almir Gabriel. 
Ontem, o  governo de Simão Jatene respirou aliviado porque conseguiu afastar o maior  pesadelo que seria uma greve dos praças que poderia dividir ainda mais os  oficiais, já que parte vinha demonstrando a disposição de apoiar, mesmo  veladamente, o movimento. 
A preocupação do governo não era por acaso. Os  oficiais da PM do Pará estão divididos. Um grupo quer aceitar a proposta de  reajuste salarial apenas a partir de março, com a apresentação de um projeto de  lei propondo os novos valores. Os reajustes podem chegar a 100%. Boa parte dos  oficiais, contudo, quer receber o mesmo reajuste que será dado aos praças e  imediatamente. O argumento do governo é de que por uma questão de hierarquia, é  preciso distanciar o salário dos oficiais dos praças que estão quase no mesmo  patamar. Nos últimos anos, com o aumento do mínimo, as remunerações atreladas ao  piso nacional foram crescendo enquanto aquelas que não têm relação com o salário  mínimo foram encolhendo. Hoje, a diferença entre o que recebe um subtenente para  o salário do tenente pode chegar a menos de 100 reais. 
NEGOCIAÇÕES 
A proposta de esperar aumento maior para março tem apoio dos oficiais  que comandam as negociações com o governo, entre eles o chefe da Casa Militar do  Palácio dos Despachos, tenente coronel Fernando Noura, o chefe da Casa Militar  da Assembleia Legislativa do Pará, tenente coronel Osmar Nascimento, e o  comandante do Clube de Oficiais da PM, tenente coronel Hilton Benigno. O grupo,  contudo, enfrenta a desconfiança de parte dos oficiais. “Eles têm interesse em  mostrar serviço ao governo porque querem promoção”, disse um oficial ouvido  ontem pelo DIÁRIO. Para parte dos oficiais, o ideal é que o comando da  negociação estivesse nas mãos de um coronel. “São 25 coronéis. Por que não tem  nenhum na mesa de negociação, além do coronel Daniel, que é o comandante? Um  tenente coronel tem limitações que um coronel não teria”. 
A divisão nos  quartéis se revelou ontem pela manhã, quando os praças interditaram a Avenida  Nazaré para chamar atenção para a paralisação. Os pneus dos carros do Batalhão  de Choque foram esvaziados; alguns oficiais tentaram cumprir a ordem de deixar o  comando para conter a manifestação, mas um grupo questionou e houve discussão  acalorada. 
FALTOU COMANDO 
Entre assessores próximos ao  governador, também há a avaliação de que faltou comando junto aos oficiais para  trazê-los desde o início para o lado do governo, o que ajudaria a enfraquecer o  movimento dos praças, caso a paralisação se concretizasse. (Diário do Pará)
FONTE: DIÁRIO DO PARÁ via @cbjeoas www.cabojeoas.com
 

 
 
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