Advogado de Marco Prisco, líder da paralisação, diz que ele se entregará à polícia
Do R7, com Rede Record
Reprodução/Rede Record
Veja da ocupação
Policiais grevistas começam a deixar Assembleia às 6h20
Os policiais militares, que acampavam na Assembleia Legislativa de Salvador, na Bahia, há nove dias, começaram a deixar o local na manhã desta quinta-feira (9). A desocupação do prédio público, no entanto, não representa o fim da greve.
Os manifestantes saem aos poucos e em blocos. Os primeiros a deixar a Assembleia foram mulheres e crianças, por volta das 6h20. Depois, vieram homens também. Muitos deixavam o local carregando sacolas, mochilas e alimentos.
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Marco Prisco, principal articulador da paralisação e presidente da Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia), que tem mandado de prisão decretado pela Justiça,deve se entregar ainda nesta quinta-feira, segundo seu advogado.
O efetivo de militares que cercava a Assembleia no início da manhã era de cerca de 1.550. De acordo com o tenente-coronel Márcio Gilberto Barbosa da Cunha, houve um reforço no número de homens do Exército com o objetivo de “aumentar a segurança e tranquilidade no local”. Ele também negou que o Exército planejasse invadir a Assembleia.
BA registra 136 homicídios desde o início da greve
Antes de deixar a Assembleia, grevistas e familiares passavam por uma espécie de triagem, mostrando documentos para ser identificados. Isso porque, 12 grevistas tiveram mandados de prisão decretada, três deles já foram cumpridos.
O terceiro mandado de prisão foi cumprido no fim da tarde desta quarta-feira (8), segundo a Secretaria de Segurança Pública. A soldado Jeane Batista de Souza, do Batalhão de Guardas da PM, foi presa acusada de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (viaturas). Os outros dois sargentos detidos são Alvin dos Santos Silva, preso no domingo (5), e Elias Alves de Santana, detido na terça-feira (7).
A saída espontânea dos manifestantes ocorre menos de 12 horas depois da divulgação de ligações em que líderes da greve dos policiais militares falam sobre atos de vandalismo e a organização do fechamento de uma rodovia federal.
Para o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, as gravações "enfraquecem a luta dos manifestantes para que sejam revogados os pedidos de prisão feitos contra os líderes do movimento grevista".
Acordo
Na terça-feira (7), o governador do Estado, Jaques Wagner, e os líderes do movimento grevista ficaram cerca de sete horas reunidos para decidir o fim da paralisação, mas não houve acordo.
Wagner se reuniu com representantes da Polícia Militar para apresentar propostas, como o aumento de 6,5% nos salário, e mais uma gratificação por trabalho policial gradativa até 2014. Os PMs não concordaram.
Carnaval
O nono dia de greve da Polícia Militar, completado nesta quinta-feira, dá a dimensão do caos na Bahia. Faltando uma semana para o Carnaval em Salvador (BA), os donos dos grandes blocos e camarotes já contabilizam os prejuízos. Pelo menos 70 eventos pré-Carnaval já foram cancelados. Hotéis calculam que 10% dos turistas que ficariam hospedados desistiram da viagem.
Apesar da incerteza sobre a realização dos eventos que celebram o feriado, as estruturas de arquibancadas e camarotes estão sendo montadas para receber cerca de 2 milhões de pessoas.
Aumento da violência
O número de homicídios registrados no Estado da Bahia desde que policiais militares decretaram greve, na noite do dia 31 de janeiro, chegou a 136 na quarta-feira. De acordo com o boletim da Secretaria de Segurança Pública, atualizado às 19h15, sete pessoas foram assassinadas só nesta quarta. O dia mais crítico foi sexta-feira (3), quando 32 homicídios foram registrados.
Na comparação com os oito dias que antecederam a decretação da greve, o número cresceu 147%. Entre os dias 24 de janeiro e a noite do dia 31, 55 pessoas foram assassinadas no Estado.
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