Policiais militares de Pernambuco decidem paralisar atividades
Os policiais militares de Pernambuco
anunciaram paralisação por tempo indeterminado após assembleia realizada
na frente do Palácio das Princesas, área central do Recife, na noite
desta terça-feira (13). De acordo com um dos líderes do movimento, o
soldado Joel Maurício, a categoria já estava em estado de greve há 15
dias, mas como não recebeu nenhuma definição do Governo em relação à
pauta de reivindicação, decidiu parar as atividades. Ainda segundo o
líder, cerca de 90% dos policiais militares aderiram ao movimento.
Joel Maurício disse ainda que parte do
efetivo de plantão escalado para a noite desta terça já parou de
trabalhar. “Estamos entrando em contato com os quartéis, mas já
recebemos informações de que viaturas estão estacionadas e os oficiais
do CIPMoto também estão recolhidos. Junto com o Corpo de Bombeiros,
somos cerca de 25 mil oficiais”, disse Joel, acrescentando ainda que a
categoria realizou o primeiro ato no último dia 25 de abril.
“Desde então não recebemos nenhum
retorno do Governo. Nesta terça, fomos recebidos mais uma vez pelo
secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez. Ele ficou de encaminhar a
nossa proposta ao Governador, mas não apresentou nenhuma data. Por isso
decidimos entrar em greve”. Uma nova mobilização está marcada para esta
quarta-feira (10), a partir das 10h, em frente ao Palácio do Governo,
onde as lideranças pretendem definir o rumo do movimento.
Após o fim do protesto dos policiais
militares e o anúncio da paralisação, o secretário Luciano Vasquez
recebeu a imprensa. Segundo ele, em nenhum momento da reunião realizada
nesta terça foi informado sobre o risco de paralisação.
“A pauta apresentada desde o dia 25 é
bastante extensa, com 18 pontos. São decisões que envolvem várias
secretarias e não temos como estabelecer prazos”, explicou o secretário.
Em relação ao pedido de reajuste salarial da categoria, Vasquez disse
que o Governo vem cumprindo o acordo firmado em 2012 com a classe,
quando foi estabelecido aumentos para os anos de 2012, 2013 e 2014,
sempre nos meses de junho.
“Neste ano, o reajuste será de 14,55%,
em ganho real (calculando a inflação) o aumento é de 8,55%. A soma do
ganho real desde o ano 2007, quando o Governo do Estado implantou uma
política salarial para os policiais, chega a 135%. É por isso que
estamos tranquilos em relação à nossa responsabilidade.”
Fazendo questão de reforçar por diversas
vezes que não foi informado pelo movimento sobre a paralisação, o
secretário Luciano Vasquez afirmou que o Governo irá garantir a
segurança da população. “A Secretaria de Defesa Social e os nossos
comandantes irão garantir a segurança. A Polícia Militar sempre realizou
um trabalho criterioso e graças ao empenho da PM estamos conseguindo
reduzir os números da violência no Estado. Tenho certeza de que eles
continuarão a cumprir com o seu papel”, disse Vasquez, embora não tenha
explicado quais serão as ações do Governo para garantir a ordem pública.
PROTESTO - Cerca de
cinco mil bombeiros e policiais militares de Pernambuco foram às ruas do
Centro do Recife nesta tarde até chegar à sede do Governo de
Pernambuco. Entre os 18 itens da pauta de reivindicação, além de aumento
de 50% do salário para tenentes e soldados e 30% para oficiais, a
categoria pede implantação de Plano de Cargos e Carreira, aumento do
valor do vale-alimentação de R$ 154 para R$ 500 e restruturação do
hospital da PM.
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