O site da coligação presidencial do PT contém uma página
biográfica sobre o substituto de Lula. “Você Conhece Fernando Haddad?”,
eis o título. Na sequência, há “um resumo do que você precisa saber”.
Nele, injetou-se pelo menos uma informação inverídica. Num esforço para
aproximar o personagem bem-nascido dos eleitores mais modestos,
anotou-se que Haddad estudou “sempre em escola pública” (veja na
ilustração abaixo). Fake News!
Haddad, 63, nunca foi rico. Mas seu pai, Khalil Haddad, de origem
libanesa, ganhou a vida em São Paulo como um próspero atacadista de
tecidos. Faturou o suficiente para prover os confortos da família que
constituiu a partir do casamento com Norma, uma filha de libaneses
nascida no Brasil. Matriculou os filhos —Haddad é o segundo de uma prole
de três— em boas escolas privadas. Antes de prestar o vestibular, o
agora presidenciável do PT passou pelos bancos do lendário Colégio
Bandeirantes.
Em junho de 2012, quando disputava a prefeitura de São Paulo, Haddad
interrompeu a campanha para visitar o antigo colégio. Festejado como
ex-aluno ilustre, deu uma palestra para os estudantes. Em setembro de
2014, já acomodado na poltrona de prefeito, visitou o Tribunal de Contas
do Município, então presidido por um ex-professor. Na saída, declarou:
”Sempre que venho ao Tribunal me vejo na condição de estudante diante
do presidente Edson Simões, que foi meu professor no ensino médio do
Colégio Bandeirantes. É um encontro agradável de um ex-aluno com um dos
seus professores preferidos.”
O PT não toma jeito. Demora a aprender um ensinamento básico da
política: jamais conte uma mentira que não possa provar. Produzida no
final de agosto, quando Haddad ainda era o fake vice do
candidato-presidiário, a biografia do novo cabeça de chapa do PT segue o
padrão Tim Maia: “Não fumo, não bebo e não cheiro. Só minto um pouco.”
*JOSIAS DE SOUZA
JP
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