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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Secretaria de Saúde diz que está investigando três possíveis casos de coronavírus no RN


Uma das pacientes investigadas pela Sesap fez exames no Hospital Giselda Trigueiro — Foto: Quézia Oliveira/Inter TV Cabugi
Uma das pacientes investigadas pela Sesap fez exames no Hospital Giselda Trigueiro — Foto: Quézia Oliveira/Inter TV Cabugi
A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte confirmou nesta quarta-feira (26) que está investigando três possíveis casos de coronavírus no estado. De acordo com a Sesap, exames foram realizados nas pacientes para confirmar as suspeitas. Agora elas estão em quarentena domiciliar.
A Sesap informou que a investigação é para confirmar se os casos atendem, ou não os critérios para serem considerados suspeitos. As pacientes são uma menina de 10 anos, que estava em um cruzeiro que ia pra Xangai e foi desviado pra Hong Kong, e duas mulheres, uma de 28 e outra de 45 anos, que viajaram para o norte da Itália. Não há grau de parentesco entre as três.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria, após os resultados desses procedimentos médicos a pasta convocará uma entrevista coletiva para divulgar mais informações.
O Ministério da Saúde afirmou também nesta quarta (26) que está comprovado o caso positivo de coronavírus na capital paulista. Este é o primeiro caso da doença no país e em toda a América Latina.
Confira as principais informações:
  • Brasil confirmou o primeiro caso de coronavírus no país
  • Trata-se de um homem que mora em SP, tem 61 anos, e veio da Itália
  • Ele está em quarentena domiciliar
  • 30 pessoas da família estão sob observação
  • Além destes casos, há pacientes em investigação em todo o país
  • Outros 59 casos foram descartados
  • 16 passageiros que estiveram no mesmo voo devem ser postos em observação – alguns podem ter pego conexão e ido para outros destinos
Caso confirmado em São Paulo
De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o paciente com Doença pelo Coronavírus 2019 (Covid-19) chegou ao país vindo da Itália. Ele estava assintomático e, depois de alguns dias, procurou um serviço de saúde com sintomas respiratórios. Antes, ele havia participado de uma reunião familiar, o que levou o Ministério da Saúde a colocar 30 pessoas que tiveram contato com ele em observação.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, afirmou que ele é hipertenso e que por ter mais de 60 anos está entre os pacientes que apresentam maior risco, mas no caso dele específico, os sintomas são leves e a doença não evoluiu para um quadro mais grave.
O hospital Albert Einstein registrou a suspeita, fez um teste, que deu positivo. O caso foi para o Instituto Adolfo Lutz para contraprova, que foi concluído em três horas, comprovando a infecção por coronavírus. A média de conclusão do exame é de três dias, segundo Mandetta.
Imagem de microscópico mostra o novo coronavírus, responsável pela doença chamada Covid-19 — Foto: NIAID-RML/AP
Imagem de microscópico mostra o novo coronavírus, responsável pela doença chamada Covid-19 — Foto: NIAID-RML/AP
Passageiros não ficarão em quarentena
De acordo com o ministro Luiz Henrique Mandetta, os passageiros que estavam no avião com o paciente detectado com Covid-19 não serão postos em quarentena.
Entretanto, 16 passageiros devem ficar em observação: a partir da poltrona onde o paciente viajava, serão monitorados os passageiros dos lados e das duas fileiras à frente e atrás.
“Não existe quarentena porque não existe eficácia nesse tipo de situação”, afirmou.
A recomendação é que os passageiros entrem em contato com a companhia aérea e informem o quadro respiratório e o local em que viajaram para que se verifique a proximidade que estavam a este paciente.
Repatriados de Wuhan X caso confirmado em SP
O ministro da Saúde esclareceu as diferenças entre os casos dos repatriados de Wuhan, que ficaram em quarentena em uma base militar em Goiás após chegarem da China, e o caso confirmado de Covid-19 em São Paulo, que está em quarentena familiar.
Sobre os repatriados, Mandetta disse que eles vieram de uma região epidêmica e iriam para diversas partes do país, o que poderia espalhar o vírus caso estivessem infectados.
“É de bom senso que você traga [ao Brasil] e aguarde 14 dias [para checar os sintomas]”, afirmou Mandetta. Ele relembrou que foram feitos testes antes do embarque e durante a quarentena – todos deram negativo para a doença.
Já o paciente de SP esteve em trânsito quando estava assintomático e já estava em casa quando apresentou os sintomas.
“Você levar este paciente para dentro de um ambiente hospitalar só aumenta as chances de outros pacientes, em estado debilitado, serem acometidos”, afirmou.
“O isolamento domiciliar é o mais recomendado [para casos leves]. Temos que levar pessoas com quadro respiratório grave para o ambiente hospitalar, mas não pessoas que estão com resfriado, em bom estado geral, se alimentando, com febre baixa e que usam qualquer um desses antitérmicos [para aliviar os sintomas]”, afirmou Mandetta.
Infográfico - Entenda a Mers — Foto: Infográfico/G1
Infográfico – Entenda a Mers — Foto: Infográfico/G1
Centro de monitoramento
As autoridades sanitárias orientam que os pacientes com os sintomas da doença procurem o serviço de saúde mais próximo, caso apresentem febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza, associados a aspectos epidemiológicos como histórico de viagem em área com circulação do vírus ou contato próximo a algum caso suspeito ou confirmado laboratorialmente para coronavírus.
Para acompanhar esses casos suspeitos, o governo de São Paulo anunciou a criação de um centro de operações de emergência, que funcionará 24 horas por dia, controlando os registros do coronavírus em todo o estado.
O plano de ação, lançado em parceria com a Prefeitura de São Paulo, integrará profissionais de todos os municípios e inclui a compra de equipamentos de proteção para funcionários de saúde.
Dicas de Prevenção
  • Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
  • Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
  • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal;
  • Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;
  • Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool;
  • Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente;
  • Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos.
Casos de novo coronavírus pelo mundo, incluindo o Kuwait, nesta segunda-feira (24) — Foto: Arte/G1
Casos de novo coronavírus pelo mundo, incluindo o Kuwait, nesta segunda-feira (24) — Foto: Arte/G1

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