Por Pedro Lúcio Góis
O preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha estão tão altos no Brasil porque a Petrobrás adotou uma política de preços que segue o dólar e o preço internacional do barril de petróleo, apesar de produzirmos e refinarmos tudo nacionalmente.
Há três motivos principais para que Bolsonaro adote essa política de preços, afinal ele poderia alterá-la no momento que quisesse.
Primeiro, a pressão das importadoras de derivados¹, aquelas empresas que trazem de fora para vender aqui dentro do Brasil. São empresas milionárias que aumentam seu lucro cada vez que a Petrobrás sobe o preço da gasolina, por exemplo.
Segundo, a pressão dos acionistas minoritários² – o majoritário é o povo brasileiro – pelo máximo de lucros e dividendos no curtíssimo prazo em detrimento das necessidades de médio e longo prazo do povo brasileiro, afinal é só isso que essa política absurda causa. Esses acionistas são, em sua maioria, os grandes bancos e uma meia dúzia de famílias em Brasília, Rio, São Paulo, ou EUA.
Terceiro, a pressão pela privatização da Petrobrás, iniciando pelas suas refinarias³. Quando o governo decide dobrar as pernas para o mercado na política de preços da Petrobrás ele está sinalizando para os gaviões que estão de olho na privatização da Estatal, afinal, nenhuma multinacional que comprar vai querer o governo interferindo na sua política de preços, elas vão querer cobrar o mais caro possível.
Qual a solução, baixar os impostos? Os impostos são os mesmos desde 2015, nada mudou. Pelo contrário, pode apostar que no momento seguinte à redução dos impostos, o preço subiria novamente, afinal o mercado não quer perder.
Então a solução é alterar a política de preços da Petrobrás e utilizá-la pensando no povo brasileiro, colocando suas refinarias pra funcionar, cancelando as privatizações e adotando um critério nacional e não internacional de preços, afinal, como já disse, a Estatal produz, refina e vende nacionalmente.
Fontes:
2 – https://ineep.org.br/nova-conselheira-ve-petrobras-na-contramao-das-tendencias-do-setor333651/
Bruno Barreto
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