Categoria pede recomposição salarial. Ato só se dispersou após sete horas, logo depois que houve uma deliberação em que os manifestantes decidiram por uma paralisação. No entanto, cada categoria terá que decidir, em assembleia, se vai aderir ou não.
Por Carolina Caetano, Camila Falabela e Ernane Fiuza, g1 Minas e TV Globo — Belo Horizonte
Manifestante se reuniram na Praça da Estação — Foto: TV Globo
Servidores das Forças de Segurança de Minas Gerais protestaram, nesta segunda-feira (21), em Belo Horizonte, reivindicando a recomposição salarial de policiais penais, militares, civis e agentes socioeducativos.
O ato, que começou às 9h na Praça da Estação, no Centro da capital, só se dispersou cerca de sete horas depois, por volta de 16h, logo depois que houve uma deliberação em que os manifestantes decidiram por uma paralisação.
Durante o protesto, os servidores passaram por locais de grande movimento, como a Praça Sete, a Praça Raul Soares e a Avenida do Contorno. O trânsito teve que ser desviado em vários momentos, gerando congestionamentos.
Os manifestantes usaram faixas e cartazes e também houve disparo de bombas para chamar a atenção, além de gritos de guerra.
O ato como tem como objetivo pressionar o governador Zema a cumprir um acordo que fez com a categoria para recompor perdas inflacionárias dos vencimentos de policiais militares, civis e penais, bombeiros militares e agentes, no fim de 2020.
Um projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) previa uma recomposição de 41% para a remuneração dos profissionais da área de segurança, dividida em três parcelas: uma em julho de 2020, uma em setembro de 2021 e outra em setembro de 2022.
O governo de Minas disse que a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal dará condições de recompor os salários (leia mais abaixo).
Encontro e carta a Agostinho Patrus
No início da tarde, os manifestantes se dirigiram à Praça da Assembleia, na Região Centro-Sul da capital. Veja nos vídeos abaixo:
Após a chegada dos manifestantes à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), representantes dos grupos se encontraram com o presidente da assembleia, Agostinho Patrus, e outras 21 entidades.
Os manifestantes entregaram uma carta a Patrus. No documento, assinado por deputados, associações e sindicatos, os agentes afirmaram que são contra a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal.
O presidente da ALMG disse que a Casa sempre estará de portas abertas para ouvir as demandas da categoria.
Encontro foi realizado na tarde desta segunda — Foto: Assessoria ALMG / Divulgação
Trânsito
O protesto causou reflexos no trânsito da cidade. Retenções foram registradas no cruzamento da Avenida Álvares Cabral com Rua Rodrigues Caldas, na Avenida Raja Gabaglia e na Avenida Olegário Maciel.
Veja nas imagens:
O trânsito foi fechado na Avenida Amazonas, sentido Praça Raul Soares — Foto: Lucas Franco/ TV Globo
Manifestantes passaram pela Praça Raul Soares, no Centro — Foto: Lucas Franco/TV Globo
Manifestantes seguiram até a Praça Sete — Foto: Ernande Fiuza/TV Globo
O que diz o governo de Minas
O g1 Minas procurou o governo de Minas, que informou que, "com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, projeto que aguarda análise da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Estado terá condições de aplicar a recomposição da inflação nos salários de todas as categorias do funcionalismo público, e dar continuidade ao pagamento das dívidas herdadas, como os repasses para os municípios e os depósitos judiciais".
Afirmou também que mantém diálogo aberto com todas as categorias, levando em conta as necessidades dos servidores e o importante trabalho prestado por eles ao estado.
"Mesmo diante a todas as dificuldades financeiras enfrentadas e aprofundadas pela crise sanitária da pandemia, em 2020, foi concedido reajuste de 13% para as forças de segurança", disse.
Manifestação contou também com a Polícia Penal — Foto: TV Globo
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que reconhece a manifestação "como legítima e respeita a liberdade de manifestação".
Protesto teve apoio do comandante-geral
Nesta sábado (19), o comandante-geral da PM, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, anunciou apoio ao protesto.
Segundo o militar, trata-se de um evento legítimo e que "qualquer ato que saia do campo de uma manifestação pacífica poderá fazer com que a nossa marca seja apedrejada e dificulte a manutenção de nossa sustentabilidade".
"Continuaremos em franca negociação com o governo do estado, que já reconheceu nossas perdas inflacionárias e busca soluções para a reposição da remuneração da tropa que tem se desdobrado, inclusive na pandemia, para que o estado continue a ser referência em segurança pública".
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