Durante a sessão ordinária por videoconferência desta quinta-feira (30), predominou, no pronunciamento dos deputados, a preocupação com a saúde da população potiguar em relação à pandemia da Covid-19. A necessidade do uso de máscaras, as medidas de higiene, como lavar as mãos com água e sabão, além das recomendações para ficar em casa e só sair em casos extremamente necessários, foram a tônica dos discursos.
O deputado Francisco do PT lembrou que o contrato do governo com as pequenas fábricas de roupa do interior para a produção de 7 milhões de máscaras foi uma importante iniciativa em duas frentes: além do estímulo financeiro às fábricas, haverá a distribuição das máscaras com a população.
O parlamentar também ressaltou a necessidade de que o Governo Federal seja mais célere nas ações, como a habilitação dos leitos de UTI no RN, onde foram solicitados 115, mas apenas 10 habilitados até o momento. “As medidas têm que ser mais céleres para pouparem vidas e o sofrimento de muitas famílias”, alertou o deputado, que também chamou a atenção para a necessidade de agilidade no envio de ventiladores.
O deputado Hermano Morais (PSB), em recuperação da COVID-19, externou sua preocupação com o possível crescimento da curva de infectados no RN. “Existe muita subnotificação, por isso o uso da máscara não é brincadeira. Além das barreiras sanitárias, precisamos tomar todos os cuidados de higiene”, afirmou o deputado, que também destacou o trabalho dos profissionais de saúde, que diariamente colocam a vida em risco e correspondem a 26% dos diagnosticados com a doença.
Hermano Morais fez um apelo para que o governo estadual disponibilize as máscaras com foco na população de baixa renda, que está exposta como mostram as imagens das pessoas nas filas do banco em busca do auxílio emergencial. “Até nas unidades de saúde tem gente sem usar máscara”, afirmou o deputado.
Médico, o deputado Vivaldo Costa (PSD) foi mais um parlamentar a orientar a população para as medidas de precaução e fez um apelo ao governo estadual para que determine o uso obrigatório das máscaras em todo o RN. “É fundamental o isolamento e o uso de máscara, que já teve sua eficácia comprovada cientificamente”, disse o deputado, que deu instruções sobre o uso correto.
Hospital de Campanha
Juntos, os deputados Eudiane Macedo (Republicanos) e Ubaldo Fernandes (PL) visitaram o Hospital de Campanha de Natal e na sessão ordinária relataram sobre a boa estrutura, mas externaram a preocupação com os equipamentos, que ainda não chegaram. “No início os respiradores custavam R$ 52 mil, depois ficaram em R$ 160 mil no mercado internacional e mesmo assim a prefeitura não consegue comprar, porque os prazos longos de chegada inviabilizam o funcionamento imediato com as UTIs”, alertou Ubaldo, que também fez um apelo aos deputados federais para que pressionem o governo a fim de dar celeridade aos equipamentos.
Eudiane Macedo agradeceu o convite da direção do hospital e ressaltou que é preciso que seja feita uma parceria entre município, Estado e Governo Federal para estruturar o hospital, visto que deverá receber pacientes de outros municípios. “Faço um apelo ao deputado Benes Leocádio e à bancada federal que remanejem emendas de bancada ou impositivas para atender o hospital”, encerrou.
Já a deputada Cristiane Dantas (SDD) se posicionou contrária à medida da Secretaria de Saúde (Sesap) de destinar leitos do hospital da Liga Contra o Câncer para pacientes da Covid-19. A parlamentar criticou a medida, que na sua avaliação, vai expor pessoas com baixa imunidade e problemas graves de saúde à doença que ainda não tem cura ou vacina. “Temos outros hospitais que podem abrir leitos de UTI e gostaria de deixar esse questionamento, são pacientes lutando contra uma doença já muito complicada”, questionou Cristiane.
Magistério
A cobrança ao governo para que seja pago o piso do Magistério voltou às discussões com os deputados Coronel Azevedo (PSC) e Kelps Lima (SDD). “Sugiro à governadora Fátima Bezerra que coloque a máscara de defensora dos trabalhadores da Educação e pague o piso aos professores”, disse Azevedo. Para Kelps Lima, a governadora “está colhendo o que plantou”, pois anteriormente, na luta sindical, afirmava que a crise não era desculpa para a gestão se furtar ao pagamento do piso do Magistério. “Ela demonizou a reforma da previdência, o teto de gastos, por isso agora tem dificuldades”, criticou Kelps.