Integrantes do governo brasileiro informaram ao g1 e à GloboNews que presidentes de pelo menos 10 países da América do Sul devem participar na semana que vem, em Brasília, da cúpula de presidentes da região.
Todos os chefes de governo dos países da América do Sul foram convidados a participar da cúpula, mas o g1 apurou que somente a presidente do Peru, Dina Boluarte, não havia respondido.
O país enfrenta uma crise interna desde o ano passado, quando o então presidente, Pedro Castillo, foi preso após tentar fechar o Congresso local.
Com isso, na prática, a expectativa no governo brasileiro é que todos os demais presidentes participem, incluindo o da Venezuela, Nicolás Maduro – cujo embaixador entregou nesta semana ao presidente Lula suas cartas credenciais, documento que formaliza a atuação do diplomata no país (leia detalhes mais abaixo).
Nesta sexta (26), o g1 confirmou com as respectivas embaixadas que os presidentes Alberto Fernández (Argentina) e Gabriel Boric (Chile), por exemplo, já confirmaram presença na cúpula.
A cúpula
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a cúpula acontecerá no próximo dia 30, em Brasília.
O objetivo do encontro, afirma o ministério, é promover o diálogo “franco” entre todos os países, identificando “denominadores comuns”, discutindo perspectivas para a região e “reativando a agenda de cooperação sul-americana em áreas-chave”.
Essas “áreas-chave”, de acordo com o governo brasileiro, são:
saúde;
mudança do clima;
defesa;
combate aos ilícitos transnacionais;
infraestrutura;
energia.
“É imperioso que voltemos a enxergar a América do Sul como região de paz e cooperação, capaz de gerar iniciativas concretas para fazer frente ao desafio, que todos compartilhamos e almejamos, do desenvolvimento sustentável com justiça social”, afirmou o presidente Lula, em mensagem publicada pelo Itamaraty.
Venezuela
As relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela se deterioraram nos últimos anos, principalmente durante o governo Jair Bolsonaro (2019-2022).
Crítico do regime de Nicolás Maduro, Bolsonaro, à época em que esteve no Palácio do Planalto, não o reconhecia como presidente, mas, sim, o autoproclamado presidente, Juan Guaidó, opositor de Maduro.
Em 2020, o Brasil determinou que os diplomatas brasileiros em Caracas deixassem a capital venezuelana e que os representantes da Venezuela em Brasília também fossem embora.
Desde que assumiu o governo, em 1º de janeiro, o presidente Lula tem buscado a reaproximação entre os dois países.
Lula, por exemplo, enviou o assessor da presidência e ex-chanceler Celso Amorim a Caracas para uma reunião com Maduro. Além disso, uma missão foi enviada ao país a fim de reabrir a embaixada na capital venezuelana.
Além disso, no último dia 24, Lula recebeu no Palácio do Planalto Manuel Vicente Vadell Aquino, indicado por Maduro como embaixador da Venezuela no Brasil.
Por G1