O ministro da Justiça, Flávio Dino, foi à residência oficial da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (1°) conversar com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), após a operação da Polícia Federal que cumpriu mandados em endereços de pessoas ligadas a Lira. Procurado pelo blog, Dino confirmou a visita, que foi rápida.
A operação investiga suspeita de fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de kits de robóticas equipamentos de robótica com verba federal em cidades alagoanas.
Segundo o blog apurou, Lira pediu informações e Dino transmitiu o que estava público. “O pouco que eu sei”, afirmou o ministro.
Segundo Dino, na conversa, ele disse que a operação cumpria ordem judicial.
“Falei o óbvio: ordem judicial. Sou senador, ele é o presidente da Câmara. Anormal se eu tivesse ido lá antes da operação policial, o que jamais ocorreria”, disse Dino ao blog.
Em entrevista ao Estúdio i nesta quinta-feira, Lira disse não se sentir atingido ou pressionado pela operação. “Cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”, disse o deputado.
Um dos alvos da operação foi Luciano Ferreira Cavalcante, que foi nomeado assessor da liderança do PP na Câmara dos Deputados em 2017, quando o cargo era exercido por Lira. Antes, Cavalcante foi funcionário do pai de Lira, o ex-senador Benedito de Lira (PP-AL).
A operação ocorre no fim de uma semana difícil para o governo na Câmara dos Deputados, com reclamações de Lira em relação à articulação do executivo para aprovar matérias na Casa. Os deputados deixaram para última hora – a noite de quarta – a votação da medida provisória que reorganiza a estrutura dos ministérios do governo Lula. Após a aprovação, Lira deu um novo recado ao Planalto, sinalizando que haverá dificuldade na aprovação das próximas pautas governistas. “Daqui para frente, o governo vai ter que andar com suas pernas.”
Lira defendeu, na entrevista ao Estúdio i, que o governo dê espaço para mais partidos na Esplanada dos Ministérios para poder ampliar sua base parlamentar. Ele argumentou que o governo se predispôs a montar uma base parlamentar dando ministérios a partidos como o MDB, ao PSD e ao União Brasil, e que é lógico que essa mesma solução seja dada para outros partidos caso queira aumentá-la.
G1
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