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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Governo recua e aceita negociar com grevistas
POR OSWALDO VIVIANI e VALQUÍRIA FERREIRA
O governo estadual recuou em sua decisão anterior de não negociar com policiais militares e bombeiros enquanto estes permanecessem em greve, e ontem enviou o secretário estadual de Projetos Especiais, João Alberto de Souza – senador e ex-vice-governador do estado –, para conversar com líderes grevistas na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Maranhão (OAB-MA), no Calhau.
De acordo com o sargento Jean Marie, do Corpo de Bombeiros, houve o avanço em 90% da pauta, ficando apenas dois pontos sem ser aceitos pelo governo do Estado: o que garante o status de secretário de Estado para o comandante da Polícia Militar e dos Bombeiros e o que trata da aposentadoria para os militares aos 25 anos de serviço.
Foto: G. Ferreira

Policiais civis e militares em greve fazem manifestação no prédio da Assembleia Legislativa
A anistia aos grevistas (não desconto dos dias parados; não aplicação da multa diária de R$ 200; não transferência ou outras represálias administrativas) foi aceita pelo governo.
As negociações vão prosseguir na tarde de hoje (30), às 15h, também na sede da OAB-MA. Nesta nova reunião, será discutida a questão salarial dos militares, que reivindicam 30% de aumento.
Greve continua – Policiais militares, policiais civis, peritos criminais e bombeiros permanecem acampados na parte externa da Assembleia Legislativa do Maranhão.
“Pedimos a compreensão da sociedade neste momento, que sabemos que é difícil para a segurança. Nós entendemos que a população vai ficar desprotegida e nós fazemos parte desta sociedade. Esperamos logo negociar com o governo e pôr fim a esse impasse”, disse Amon Jessen, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão (Sinpol).
Os bombeiros e policiais militares lutam por melhores condições de trabalho, reestruturação do plano de carreiras, reajuste de cerca de 30% nos salários e redução da carga horária de 72h para 40h, conforme a Constituição Estadual assegura que todo servidor público estadual deve trabalhar no máximo 40 horas semanais. Os policiais civis e peritos criminais reivindicam pela modificação do Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR), pagamento da Unidade Real de Valor (URV) da mesma forma que foi concedida aos delegados de Polícia Civil, em torno de 11%, e por melhores condições de trabalho.
O movimento grevista conta com a participação do grupo Águia do Corpo de Bombeiros, Tropa de Choque, Colégio Militar Tiradentes, sociedade civil e alguns sindicatos. Segundo a Assepmma, ontem (29), os militares do município de Pinheiro e Balsas aderiram à greve.
Policiais civis e peritos – Ontem, primeiro dia de sua greve, os policiais civis e peritos criminais conseguiram a adesão dos agentes de Caxias, Imperatriz, Bacabal, Santa Inês e Timon. “Estamos conseguindo, aos poucos, a adesão da categoria. É um dia difícil, pois temos que ter tempo para organizar a greve, que desta vez foi rápida, mas temos que trabalhar e tocar o barco”, disse Amon Jessen, presidente do Sinpol.
Os peritos criminais aderiram ao movimento grevista na noite de segunda-feira (28), por terem como pauta de reivindicação a mesma dos investigadores da Polícia Civil. Eles, assim como os policiais civis, vão permanecer acampados na Assembleia Legislativa, na tentativa de negociar suas reivindicações.
O diretor da Assepmma, Ebnilson Carvalho, comentou a Resolução Administrativa da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de suspender as atividades da Casa. Para ele, a medida não era necessária. “Não tem por que o presidente suspender os trabalhos, pois aqui (AL) é o local mais seguro do Maranhão. Estamos fazendo um movimento pacífico e legal. Não estamos impedindo ninguém de entrar e nem de trabalhar, estamos fazendo o maior movimento paredista do estado na área externa da Assembleia Legislativa”, disse.
FONTE: Jornal Pequeno

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