Um salve para Joaquim Benedito Barbosa Gomes.
Cesar Amorim.
Espalhadas na internet, as imagens de Joaquim Benedito Barbosa Gomes, ora de Batman,
ora de Super-Homem, dão o tom da popularidade do relator da Ação Penal 470,
mais conhecida como mensalão. A cada voto pela condenação, o ministro se
tornava referência ética no país. De herói no imaginário popular, Barbosa
alcança o posto máximo de um dos três poderes da republica, o chefe do poder
judiciário brasileiro, o cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Barbosa foi um cidadão comum, pobre, nascido em berço pobre, Joaquim
Benedito Barbosa Gomes, filho de um pedreiro e de uma dona de casa, desde
pequeno já mostrava sua aptidão para os livros. O mais velho de oito
irmãos sonhou com um futuro melhor para a família. O primeiro passo
concreto aconteceu quando a família Barbosa embarcou em um ônibus rumo a
Brasília.
Morando no Gama, cidade do Distrito Federal, Joaquim cursou o ensino
médio no Colégio Elefante Branco, enquanto trabalhava para se sustentar. Poucos
diriam que o jovem que limpava os banheiros do Tribunal Regional Eleitoral da
capital chegaria tão longe.
Com dedicação reconhecida, concluiu o curso de direito na Universidade de
Brasília. Logo ingressou no serviço público como oficial de chancelaria. Chegou
a morar na Finlândia representando o Brasil pelo Ministério das Relações
Exteriores. Depois de passar por alguns cargos da área jurídica no Serviço de
Processamento de Dados (Serpro) e no Ministério da Saúde, Barbosa entrou para o
Ministério Público Federal.
A concepção de justiça moldada pelas dificuldades sentidas na própria
pele ao longo da vida foi ainda mais lapidada pela natureza do cargo de
procurador. A verve acusatória se solidificou no órgão que Joaquim só deixou
quando foi indicado pelo presidente Lula, em 2003, para ser ministro do STF.
O então presidente Lula queria um ministro negro. Dos vários currículos que
chegaram até ele por meio de assessores, o de Barbosa era de longe o melhor.
No fim da década de 1980, o então procurador obteve licença do MPF para
ficar quatro anos estudando em Paris, de onde voltou com o título de mestre e
doutor em direito público. Também foi professor visitante em universidades de
Nova York e Los Angeles. Fala quatro idiomas (alemão, inglês, francês e
espanhol).
Esse momento histórico não tem tanta significância pelo fato do novo
presidente do STF ser um negro, mas, sobretudo por ter sido um menino pobre,
que estudou em escola pública e saiu dela com condições de entrar na
universidade pública,Joaquim Benedito Barbosa Gomes,
acreditou na educação e venceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário