Páginas

domingo, 13 de janeiro de 2013

Filhos da Terrinha Pau dos Ferros: Padre Charles Lamartine



Por Izaíra Thalita
izathalita@gmail.com | Twitter: @izairathalita
O padre Charles Lamartine é natural de Pau Dos Ferros, tem 29 anos de idade e recentemente tomou posse como vice-diretor do Colégio Diocesano Santa Luzia, (28 de julho) passando a dividir com padre Sátiro as responsabilidades de gestão da escola centenária. Padre Charles foi apresentado à comunidade do colégio em missa solene na capela do Diocesano com a presença do bispo dom Mariano Manzana, Pe. Sátiro e o vigário-geral Pe. Flávio Augusto Forte Melo. Sobre os desafios e aprendizado nessa nova função, o padre fala com detalhes a Domingo. Confira:
DOMINGO – Como foi esse processo para que o senhor viesse colaborar aqui no Diocesano?
PADRE CHARLES – Eu venho de uma família que tem escola em Pau dos Ferros. Sempre tive amor pela educação, minha mãe é educadora, minhas tias quase todas são educadoras e tive uma relação muito próxima com a educação. Vim para Mossoró para cursar Serviço Social, antes eu morava em Natal. Fui vocacionado do seminário em Natal e vim a Mossoró para terminar o curso e voltar para Natal. Aqui conheci padre Eliseu, pároco da Igreja São José, que iria me acompanhar de volta a Natal, mas ele me convidou para conhecer a Diocese, entrei no seminário daqui ainda cursando Serviço Social e conclui o curso, realizei minha monografia tratando de Educação, não como a que gente trabalha hoje, uma educação privada, mas sim uma educação pública. Depois, o bispo Dom Mariano Manzana me escolheu, há cinco anos, para estudar em Roma. Concluir a faculdade de Teologia e Filosofia e posteriormente fazer um mestrado e me preparar para posteriormente voltar e vir para o Colégio Diocesano Santa Luzia. São praticamente seis anos que o bispo me incumbiu a missão de me preparar e depois vim desenvolver a minha atividade pastoral e meu serviço aqui no Colégio. Depois, em Roma eu fiz Teologia e mestrado em Teologia, na mesma Universidade que padre Sátiro, ele fez questão que eu estudasse na mesma universidade que é a mais antiga de Roma, entre as universidades católicas, a mais tradicional e às vezes a gente até brinca, dizendo que assim como a universidade que estudamos é tradicional, o Colégio Diocesano em Mossoró assume uma tradição muito grande. Terminei meus estudos e cheguei em junho, o bispo já sabia a função que eu iria ocupar, comecei as conversas com padre Sátiro e com a equipe do Colégio e no sábado, 27 de julho, tivemos uma missa solene na qual tomei posse como vice-diretor.

É IMPORTANTE ressaltar que padre Sátiro continua como diretor do Colégio e atuará também repassando ao senhor as informações necessárias nessa função, não é?
COM CERTEZA! Padre Sátiro é um mestre na educação do povo de Mossoró. Sua história se confunde com a história desse povo e isso é inevitável. Na verdade, é um monumento vivo, uma biblioteca viva que ajudou na educação de tantos grandes homens desta cidade, que passaram por este colégio e não há porque ele sair daqui e da sua função. Então, ele continua como diretor, de fato e de direito, e eu vou estar junto com a equipe do Diocesano para somar forças junto com ele, formar a direção da escola, coordenar todas as coordenações e elevar ainda mais a qualidade do Diocesano, qualidade que é prezada. A ideia do nosso bispo Dom Mariano é que eu venha, juntemos experiência, sabedoria na educação com a juventude e a inovação e vamos somar estas qualidades para se chegar ao que todos queremos.

MESMO em meio a essa tradição muito forte entre as famílias, a inovação que é necessária também para acompanhar esse momento. Como lidar com essas questões? O MUNDO sempre mudou, mas nunca como agora. Nós vivemos a era da técnica, onde todos os dias sai um sistema operacional de computador diferente. Todos os dias há novidades tecnológicas que é preciso acompanhar sim. Nós queremos pegar essas inovações e trazer para o Colégio, mas para que essas tecnologias sejam acionadas pelos professores, como trabalhar com os recursos e com os laboratórios, algo que os nossos professores já fazem muito bem, mas que é preciso melhorar. Precisamos trazer isso.

O FORTE está justamente em permanecer nessa tradição?
O INTERESSANTE do Diocesano é que a gente trabalha com a formação integral, mas não só com a formação intelectual, mas sim integral, uma formação não apenas no nível da inteligência, mas das várias inteligências, da vontade humana, dos valores. Por isso que é uma formação integral, pois é o que nos propomos enquanto valores para os alunos do Colégio Diocesano.

O DIOCESANO vem passando por várias mudanças na sua estrutura há algum tempo. Mas tem algo que o senhor identifica como mais necessário neste momento? ESTA é uma casa muito grande, uma construção antiga que é patrimônio nosso e não pode sofrer tantas alterações assim. Mas por normas legislativas precisamos adaptar toda a escola às pessoas com necessidades especiais, retirar as barreiras e sem dúvidas tem muita coisa que é possível fazer e aos poucos iremos fazer com certeza.

PARA finalizar, o Diocesano também possui a faculdade de Teologia. Quais são os projetos em termos de ideias para consolidar a formação de nível superior do CDSL? VEJA, nossa faculdade de Teologia tem um intuito mais pastoral. É autorizada pelo Mec, ainda sem reconhecimento, pois estamos no terceiro ano de faculdade. Mas uma proposta que temos é a de trazer novos cursos para a faculdade e estamos trabalhando já nesse pensamento, achamos importante, é uma proposta que ainda não está totalmente amadurecida, mas o Diocesano é muito grande e pode sediar mais cursos, com qualidade. Cursos como Psicologia, que seria muito interessante para a cidade. Depois, pensamos em fazer uma pesquisa de mercado do que pode ser viável, já que a cidade tem o perfil de ser uma cidade universitária e nós queremos investir em um mercado que tenha espaço, por isso é importante amadurecermos o que for melhor para a faculdade.
Fonte DF

Nenhum comentário:

Postar um comentário